sábado, 27 de junho de 2009

Eu caminhava sozinha, descalça,
como uma pobre e frágil criança,
passava por caminhos sombrios,
Sempre tão só, sempre frágil.
No meu rosto o suor e cansaço expostos,
nos pés os calos e espinhos,
Dentro de mim apenas um coração quebrado.

E eu só buscava abrigo,
Longe, longe de tudo e todos,
Sem sentidos e sentimentos
Sem vida e esperança,
Vazia, eu estava totalmente vazia.
Minhas esperanças haviam sumido,
Minha dor era indizível.
E quando eu já me encontrava quase morta,
Você surgiu.

Lá estava eu, deitada no chão frio
Sendo devorada por pensamentos dolorosos,
Sendo vítima da minha própria mente,
Caída, naquele chão frio e úmido.
Uma mão estendeu-se,
Meu olhar morto mirou-a sem expectativas,
Um doce e convidativo sorriso me sugeriu o que fazer,
Sem pensar duas vezes, eu a segurei, aceitei.
Sem pensar em absolutamente nada, eu caminhei,
Caminhei segurando aquela mão,
Me apoiando pra não cair novamente,
E mesmo assim, caí.

Caída mais uma vez, machucaada mais ainda,
Quando senti aquela mesma mão me levantando,
me puxando, arastando, me livrando de tudo o que me feria,
Aquele sorriso novamente me sugerindo que era seguro,
Simplesmente entreguei-me.

Eu dormi, caí em sono profundo,
Finalmente consegui abrir os olhos,
Sentia que algo me mantia esperançosa,
Foi quando vi aqueles olhos,
Negros olhos brilhantes acompanhados por um belo sorriso,
Sorriso mais uma vez convidativo,
Sentia uma parte de mim voltando à vida,
A esperança renascia de uma forma espantosa,
Os medos e desilusões despediam-se.

Os meus pés não mais estavam descalços,
No meu rosto um sorriso tímido se abriu pouco a pouco,
Meu coração quebrado foi regenerando-se,
E num simples toque naquela pele alva, eu pude sentir,
Senti que não vale a pena caminhar sozinha,
Correr os riscos que eu corri,
Eu era apenas uma criança novamente,
Uma criança que não soltou mais a mão
Que cujo o único medo era o de andar mais uma vez só.

Toda a fragilidade se congelou dentro de mim,
Com aquele sorriso eu me sentia forte sempre,
Com aqueles olhos expressivos, senti-me importante,
E mesmo que eu trilhe caminhos escuros
Mesmo que eu passe pelos mais sombrios e dolorosos dias
Terei uma única certeza,
A certeza de que não estou sozinha.
Por favor, nunca solte minha mão!


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