terça-feira, 5 de abril de 2011

De mim, de vocês!

Hoje, faço minhas as suas palavras.

Eu 'simplesmente aceitei'.

Me diz quanto valeria um sorriso agora?

Eu seria capaz de pagar pra tê-lo, se fosse garantido.

Me tornando ouvinte da minha própria estória,

perdida num mundinho que eu mesma criei.

Mas me diga você, porque a noite estava tão estrelada e não mais está?

Porque você sorria das minhas piadas sem graça?

Noite fria, tão fria quanto seu silêncio,

e eu ainda me pergunto, sabe, tenho tantos porquês, na cachola.

Mas tudo bem, não cabe a mim corrigir nada,

quem me dera corrigir meu próprio modo desajeitado,

e quem sou eu pra cobrar?

Eu mesmo estou em débito.

Enquanto todos estavam do lado de lá, eu estava ali,

mas você não olhou pro lado,

preferiu calar,

entreguei minha peça chave,

por medo de jogar, de arriscar

Burrice? Ainda tenho meus princípios.

Princípios idiotas, se ao menos curassem cada cicatriz.

Cansei de buscar respostas,

aliás, até me esqueci das perguntas.

Você deveria saber que quando deito pra dormir minha memória me castiga, e eu penso nos motivos que fizeram a vida te levar tão cedo,

e penso que nem tive tempo de te dizer adeus,

penso porque tudo se encaixou tão bem aos outros e eu perdi minhas peças.

Sabe, quando eu fecho meus olhos eu só tento esquecer tudo e sorrir amareladamente no dia seguinte.

Tempo, tu que és tão mestre,

porque não me disseste que iria demorar a passar?

Agora fazem dois anos, um e meio, três meses.

E tudo passou assim, despercebido, vagaroso.

Queria mais daqueles 14 anos, daquele cheiro de orvalho e olhos verde mel,

mais daquela areia no parque escuro, mais corações rabiscados por um par de all star,

mais daquelas ligações inesperadas só pra dizer que estava com saudade,

um pouco de tudo, um tudo de mim,

que carrego no espaço que falta, um pedaço carregado por cada uma das partes,

a vida faz poesia e arte,

faz um cenário pro encaixe,

mas quem dera se ainda tivesse alguma parte aqui.

Se foi cedo demais,

ou por um erro em vão

e tem aqueles que vão embora sem nenhuma explicação,

Bem certo, não nos disseram que seria fácil,

aliás o difícil tem um sorriso atrente,

o que seria da gente se aquele beijo saísse de primeira?

E as histórias seriam besteiras, clichês demais.

Bem certo quem diz que o pra sempre não existe,

assim como quem diz que tudo passa.

Tudo acontecia enquanto eu fechava os olhos,

o que dizer do depois, além de 'vai ficar tudo bem'?

Conselhos em vão, saudade, escravização,

pensamento positivo? Eis a questão.

Cadê você me dizendo pra confiar?

Onde estão seus olhos cheios de verdade?

Porque some quando eu preciso?

Tanto ponto de interrogação,

quanta coisa que diz tudo mas não posso ouvir?

Me finjo assim surda, muda, cega.





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