quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Fantasioso.


Um jeito misterioso de fantasiar segredos que não existem,
e um lado até então desconhecido,
- conheci naquela noite.
Um amor que me abriga, mas obriga a não deixar partir,
não parte saudade, e predomina vontade,
sincera vontade de ir, mas de impedir que se vá.
Um filme se eu fechar os olhos, e um disparo único quando os abro.




Foi assim que saiu da minha vida, contando os passos e sem olhar pra trás.
Em cada passo de distância, um aperto no coração. Senti-o despedaçar em pequenos pedaços lentamente, pedaços que eu não poderia juntar, não naquele momento.
As marcas ficaram, na areia molhada da praça, na calçada que trilhávamos, na casa vazia e aqui dentro, a sua ausência se tornou tão imensa que deixou de caber só em mim e nos meus dias cinzas, se espalhou por todos os cantos.
O tempo passou, rastejando, mas passou, como diriam que iria acontecer, e eu abri meus olhos como quem abre uma janela num dia claro de verão, tipico verão de praia artificial.
A maquiagem acabou, e a máscara caiu, assim como os assuntos inacabados se desfizeram no nada, como a vontade se resguardou, e a vaidade cansou.
Pode ser verdade, deve ter chego mesmo o final, a outra hipótese é
que você até desejava voltar, mas apenas esqueceu o caminho ou resguardou sua vontade junto à minha.
Regras ditadas por inconsequentes, e um jogo que não leva a nada, tragédias e esquecimentos que parecem enormes, mas somente na cabeça de quem os fantasia.
Veja só, nossos nomes na velha árvore já não existem, aliás, o que fizeram com a árvore? Certamente virou pó, como as juras que fizemos, como os poucos dias qu
e tivemos, como algo realmente frágil e fácil de acabar.
O tempo azedou, não há mais expectativas, as marcas porém ficaram na areia do parque desde então.






domingo, 8 de janeiro de 2012

Pedaços.

Juntando pedaços que nunca me pertenceram,

e fixando idéias na cabeça diariamente,

Seu sorriso na estante, num instante se tornou tão raro,

as cores lá fora mudaram,

nada modificou aqui dentro, porém.

Ela vive em mim, a esperança, acho que perdeu seu lar e achou conveniente me visitar

diariamente, volta e meia trás com ela a solidão para uma xícara de chá.

Procurando motivos, desculpas, assuntos inúteis para uma conversa tímida,

ganhando migalhas e satisfazendo-me com isso,

Pensamentos soltos, já é madrugada,

passos solitários pela mesma calçada,

olhar para os lados e dar a mão às sombras.

Ontem choveu, mas podemos criar um sol no céu cinza hoje,

ou podemos brincar de sério e perder mais uns dias,

desfazer a poesia que cantavamos num refrão,

podemos levar tudo ao pé da letra e fazer desfeita ao coração,

ou imaginar que tudo um dia volta, então.

juntar os pedaços e acertar o relógio,

deixar o mundo girar, a vida se encaixar,

e carregar consigo a certeza de que ontem valeu a pena.





'Subtamente se afaste.'