segunda-feira, 11 de junho de 2012

Como fica agora?!

Então é assim? É assim que fica agora?
A música tocando no rádio e você mudando de estação, e as estações lá fora modificando, mas ali dentro tudo permanece igual, a sensação de sentir o que nunca foi dito, só desejado.
As doces ilusões que você mergulhou agora te afogam, e as mãos ausentes não mais te afagam.
Então é assim, virar as costas e partir depois de tanta coisa, de tanto mundo nosso, só nosso. Eu vou sentir sim, vou sentir cada brisa diferente, com gosto do adeus não dito, vou sentir saudade da nossa vontade de permanecer igual, e ao passar ali vou sentir aquela noite fria novamente ardendo aqui dentro.
E a saudade, meu bem, é coisa que passa com o tempo, esse mesmo tempo que você me ensinou a confiar.
Vou fazer prosa, canção e melodia, vou sorrir feliz se lhe ver nos meus dias, mas por enquanto assim  ficamos, você lá, embarcando nas desventuras da paixão, e eu aqui esquecendo o amor de estação.



And since you've gone it's just another day

terça-feira, 5 de junho de 2012

Revolta da Saudade!

Escrevo pra você hoje *meu bem, sinto sua falta sim!
Em dias claros como este, lembro-me bem de tudo que imaginávamos sentadas no topo da laje congelada das manhãs lageanas, quem diria que iria enfrentar o escaldante calor de Salvador?
Hoje me peguei lembrando de tudo, sonhei com um filme, amanheci com a nostalgia, mas foi a boa nostalgia, a da saudade de bons tempos que não voltam, porque você talvez não volte.
Eu acordei pensando em tantas idas e vindas que a vida já deu, e de tantos que já foram prometendo voltar, e dos que voltam sem querer ficar.
É engraçado esse 'dom' se assim quiser chamar, pensar inocentemente em coisas aleatórias e depois de um tempo ver tudo se firmar. "Eu disse, eu disse", na verdade eu sempre disse tudo o que pensava, mas dessa vez prefiro guardar pra mim, me guardar em mim.
Numa de suas ultimas cartas você me disse que eu deveria estar disposta, eu estou agora, sinto que tudo o que me dizia era tão certo e me trazia a melhor sensação do mundo, a da compreensão a da mão estendida, do abraço quente, e dos conselhos sábios, e hoje em especial eu sinto tanto a sua falta, e se eu pudesse desejar alguma coisa, desejaria que você nunca tivesse saído do meu lado.
Sabe, do seu jeito tranquilo de explicar o mundo é que eu sinto saudade, eu só queria sentar na escada e jogar papo fora, e sentir aqui dentro queimar, arder e aliviar.
Hoje, eu queria te contar de como estou bem e feliz, queria te dar a certeza que você sempre quis, eu aprendi sim a encarar a me erguer, devo grande parte disso a ti e as boas pessoas que estiveram ao meu lado, a alguém que viveu ao meu lado por um bom tempo, e assim como você, me trouxe as melhores coisas do mundo, e como você também partiu mas vive aqui em forma de prosa, poesia e saudade.
Eu lembrei em especial das 'borboletas' e das boas histórias que você contava, acho que estou fragilizada hoje, e é tudo isso, a saudade me encurralou mais uma vez, e eu só queria abrir os olhos e te ver aqui.

"A gente pode conversar

Sobre o que há de mais sagrado
Ao mesmo tempo
Cometer os maiores pecados
A gente pode falar de liberdade
Sem sair da prisão
Pode falar sobre o céu
Sem tirar os pés do chão"



segunda-feira, 28 de maio de 2012

Legado.

Já era hora de ouvir falar seu nome em vão, se referiram a ti como se a mim coubesse explicação. Foi-se embora na garupa de um caminhão, levou na trouxa roupa pouca, histórias e canção.
Mas não sabia o pobre homem que na verdade o que eu contei era mentira.
E seguia o seu percurso sem olhar pra trás e lhe custava entender que não voltaria ali jamais, cabeça erguida, passo firme e pensamento vago, lembranças de saudade das noites frias e dos afagos. Deixara o velho amor um pouco de lado, foi viver a vida dupla que sonhara desde menino, matutando foi-se a noite toda em desatino, em desatino e desabafo consigo, comigo e com quem mais topasse no caminho.
Caminho torto, eis a vida dando show, contornando, girando e tudo se encaixou. O velho homem somente dissera que tudo na vida há momento certo a quem não se desespera, e se o que aspiras não vieres não chores ao que talvez não tenha lhe derramado o mesmo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Imóvel.

Perdeu-se na leitura da estória pelos borrões que as lágrimas haviam causado no bilhetinho, assim o chamara, apesar de ser apenas um pedaço de guardanapo. Sempre fora sensível, exageradamente por vezes.
Diferente das vezes anteriores não houve vestígios de tristeza e nem sombra de dúvidas que não queria mais nem ouvir falar no assunto, nem ouvir, nem ver, nem ler, nem saber, gostaria apenas de viver ali, no seu pequeno mundo resguardado de todo mal.
Enquanto esperava o ônibus, pensou e repensou. Abriu a mala, escolheu mais uma carta para 'apreciar' durante a longa viagem, guardou-a no bolso interno da jaqueta e embarcou.
Fechava os olhos e sussurrava a si mesma de que estava se dando uma chance, tentava se convencer de que não iria errar novamente. Nas paradas da viagem, o drama se repetia, o telefone não tocava, a voz do outro lado da linha não atendia. A poltrona vaga ao seu lado, deixava-a ainda mais apreensiva, foi quando abraçou o sono e acordou já no seu destino.
O telefone tocou, a voz respondeu, aliás respondeu olhando-a parada em meio a pequena rodoviária, e seguiu em direção a ela com o telefone no ouvido e um sorriso na boca pintada.
Abraços calorosos e nada de formalidades, a única novidade era o sentimento da presença.
Foram alguns poucos dias, afundando-se no sofá entre conversas, risos, e tudo de bom que o momento oferecia, a tv ligada e o mundo parando em segundos infinitos, o caos lá fora contradizia a calmaria ali dentro, lá dentro, no mais profundo sentido.
Já não lembrava mais de nada, se desprendeu do que havia trazido, era uma pessoa nova na cidade grande, não sabia o que deveria sentir, mas o sorriso pela manhã já a confortava, lhe assegurava que poderia sentir, porém não.
Chegado ao fim dos poucos e infinitos dias, o embarque foi marcado por lágrimas e promessas, promessas ouvidas outrora, de que iria atrás, iria fazer acontecer de novo.
Sentou-se na poltrona de número bastante sugestivo, e perdeu-se mais uma vez em lembranças, buscou no fundo da mala mal feita as cartas que tinha levado, buscou expressar algum tipo de sentimento, estava imóvel porém, endurecera, talvez fosse o sono.
Queria evitar o assunto, mas não pudera fugir da realidade, já pisou em terra firme e soube o que se passava, o que sentia, o que queria, e nada disso incluía o belo sorriso que conhecera lá na cidade grande, por mais que tentasse impor isso à si mesma.
O sentimento de fracasso veio logo, a possibilidade de ter novamente tudo que planejou também. Perdeu as contas de possibilidades e planos em sua mente persistente, perdeu-se no mesmo lugar em que era fácil se achar, no seu próprio pedaço, naquele abraço antigo das noites frias.
Enfim, voltou pra casa do mesmo modo que foi, só. Consigo só a incerteza do amanhã e do depois e depois. Aprendera contudo, que nada é mais intrigante do que pensar no 'e se...', e foi eliminando as possibilidades da cabeça, e foi varrendo as cinzas, costurando os buracos e se trancando de novo no seu mundo.




"Dê-me seu relógio que eu quero saber, quanto tempo falta para lhe esquecer"




sábado, 31 de março de 2012

Luz, Câmera, Adeus!

O teatro mágico, de personagens bipolares,
cenas e atos repetitivos e nostálgicos,
atores cansados de reviver as tragédias e sorrir as mágoas,
Chegadas e partidas tão metódicas que nem dão vez ao 'por vir',
Você pensa subentender, mas o labirinto te prende.
A cegueira é freguesia na casa, pra'queles que ainda se chocam com o óbvio.
Fogo no cenário e frio debaixo dele,
um 'NÃO!' ecoando nas caixas enormes do salão tão sóbrio - sombrio-
atores e platéia num mesmo ritmo, na mesma risada e na mesma sensação de prazer voraz,
Mas, as luzes se acendem e o que se vê são retratos e retratos do ato tão monótono, que a cada dia vai esmagando uma porcentagem pequena do que ainda quer sobreviver.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A voz gelada e a mão trêmula ?!

É saudade, é má vontade,
é tristeza recalcada, vontade resguardada,
noite de afago, silêncio matinal,
entreolhares, entrelinhas.
Passado, presente, cruzamento involuntário,
passos decididos, retorno incerto,
a voz trêmula e a mão gelada,
o sussurro doce, e o grito cortante,
o vazio do nosso espaço, o dia cheio de lembranças,
pensamento voando, as horas se arrastando,
um diário de desejos e uma caixa de silêncio,
um tormento, e um incenso aceso no quarto,
uma prece, que a saudade vá embora,
leve, entre outros, a dor e a memória,
vá já se embora, que aqui não lhe convém mais ficar,
Dia vago e barulhento, já não se ouve os alheio,
somente ficou a voz trêmula, na memória gravada,
a mão gelada, registrada no arrepio da noite
perdida nos dias do calendário.

quinta-feira, 1 de março de 2012

moments.

Calmamente passou o linkpaper por cima
da letra cursiva, do papel decorado.
Dobrou cuidadosamente, e com estilo,
arremessou-o na lixeira.
O pedacinho mal cortado que havia destacado
guardou no bolso, pareceu insignificante,
mas ali haviam momentos,
contados num refrão.