terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mundo Lúdico.

Um arco-íris cintilante,
um mar de águas que desaguam no abismo,

o abismo de medo, desse mundo lúdico

que eu mesmo criei pra sair dos dias de sobriedade,

pra distrair a saudade que cai sobre mim em forma de chuva fria,

refresca na mesma medida que faz mal,

Mas vamos vivendo, disfarçando a verdade,

escondendo a saudade debaixo de olhos baixos,

Vamos seguindo e com a mentira sorrindo, fingindo não estar só,

dando as mãos à solidão e idealizando ser um par,

e presos nesse mundo fantasioso, fazemos os dias durarem mais,

revertemos o desespero, façamos tudo com exagero pra nos sentirmos melhor.

Mais abraços preenchidos, e menos noites vazias,

mais sorrisos sinceros e menos covardia,

mais amor, do que dor,

a mesma dor que cega e cala, a dor que vai esmagando aos pouquinhos,

mais dias no ano, mais primavera e verão,

eu quero mais, bem mais desse mundo lúdico,

menos realidade e mais ficção,

menos teoria e mais coração,

E amanhã, quando eu for me deitar, quero estar de novo lá,

no meu mundo inventado,

que me protege de qualquer sombra,

e que me assombra por ser tão perfeito.






quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Caminho Torto!

Pelo caminho, tropicando,
devo ter esquecido-me de amarrar bem os sapatos,
ou como dizem, devo ter 'dois pés esquerdos',
o fato é que sei para onde seguir, mas não faço idéia de como começar.
Um abraço, um sorriso, um pedido,
e eu acabei cedendo, é mais forte, entende?
Também já não faço questão,
quero que acabe esse dia, que chegue o clarão,
que leve embora essa escuridão e todo esse sentimento vago,
quero também um afago, pra lembrar dos tempos velhos,
aí já não quero mais nada, já vou indo,
seguindo, nessa estrada com dois pés tortos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LadOaLadO

Já não havia pra onde correr, decidiram então cada um ir pro seu lado, trilhar seu próprio caminho. Mal sabiam que a vida os levaria sempre ao mesmo ponto, como num reencontro desses filmes bem clichês. Noites frias, conversas cheias da nostalgia, e uma cobertura espessa de saudade, era vísivel, seus olhos expressavam bem a agonia de estar distante de certa forma, de querer e não ter, querer e não poder esquecer.
O tempo foi companheiro, digo, em partes. Se fez necessário, mas pisou firme, machucou quando pôde.


[Bom, ela nao vai lhe contar isso tao cedo, e que não saia daqui, mas toda noite quando vai se deitar, carrega consigo um pedaço seu, nos seus sussuros eu consigo ouvir seu nome em pequenas preces, e os sorrisos deixam claro que é de voce que fala, ela pede que seja breve, que não se prolongue, que o tempo seja justo e que ela possa ser tolerante.]


Um foi pra um lado e pulou no primeiro bonde que passou, olhou várias vezes para trás, mas seguiu. O outro lado também, não perdeu tempo, não deixou 'ficar pra trás', porém pulou cedo demais pra fora, ficou deslocado novamente.

Hora bem, outras nem tanto, o tempo voou, mas cada minuto foi sentido intensamente, a estrada foi longa, mas a convicção veio ao fim de tarde, já era hora dos pequenos passageiros voltarem ao ponto de partida, desfazer tudo como um relógio andando pra trás, como um vídeo sendo voltado de trás pra frente.

E o desfecho não se sabe, é um caminho muito longo, melhor sentar bem acomodado pra ver no que dá, mas que seja pra valer e que siga pelas melhores trilhas possíveis.







'mas, o verdadeiro amor espera, uma vez mais.'

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Breve.

Tão breve tornou-se apenas lembrança,
não houve como evitar,
as mãos estavam muito ocupadas segurando algo que mais tarde tornara mais importante.
Agora eu queria que você estivesse aqui,
As vezes somente as suas palavras acalmariam um dia conturbado,
seu timbre, sua voz.
São coisas pequenas que fazem falta,
suas roupas jogadas pela casa,
seus versos, conselhos, seu colo,
até o seu silêncio.
Tempo, seja breve.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Saudade!

Saudade cortante,
de tempos passados,
muito bem guardados, na memória de quem os tem.
Saudade massacrante,
de tempos distantes, onde sorrir nunca foi pecado,
e onde querer bem não significava algemar-se.
Saudade do ontem, do hoje que passou tão rápido,
saudade até do que ainda não vi, nem vivi,
saudade veio firme,
se enterrou e disse que não vai embora cedo,
Saudade, o que te cura,
se não a loucura do tempo que insiste em se arrastar?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Persistência.


Tocou o telefone no meio da madrugada, e uma voz triste do outro lado da linha disse que ainda sentia saudades.




Saiu quieta, apagou as luzes e deu passos cuidadosos em direção a porta. No meio do caminho pensou por várias vezes em voltar, se realmente ainda haveria alguma chance, e foi.
O frio de agosto, a chuva de terça, a escuridão do passado, era uma parte da sua história que preferia manter como havia ficado, em pedaços, pequenos fragmentos contando histórias grandiosas, de noites sem fim e adeus dados sem vontade.
Em cada degrau que descia, se perguntava se estava fazendo a coisa certa, se deveria mesmo dar uma chance, mas persistiu.
Não deixou nada, nem telefone, nem endereço e muito menos notícias de pra onde iria, somente levou algumas coisas, roupas, pertences, e toda a nossa história.
Recolhi algumas roupas velhas, juntei os discos do chão e tentei coloca-los em ordem, coisa que fiz horas mais tarde comigo mesma, afinal havia se passado tempos, e nada além da sensação de impotência e falta de vigor.
Seguimos o curso, eu aqui e você, sei lá onde, seguimos, espero.
Toda noite vozes silenciosas me diziam que você iria voltar, com um olho no relógio e outro no telefone, eu esperei.
Tentei refazer a cena daquele dia, refiz o seu trajeto, mas não consegui captar a sua rota, nem o porquê da sua partida, mas permaneci ali nos mesmos degraus que você desceu sem saber se queria voltar. E acho que por cansaço ou ressaca moral, acabei dormindo por ali mesmo, quando ouvi algum barulho que eu esperava há tanto tempo, tocou o telefone no meio da madrugada, e uma voz triste do outro lado da linha disse que ainda sentia saudades. Ao fim da conversa, desliguei o telefone e corri até a escada na esperança de vê-la subindo novamente, mas foi persistente, ligou mesmo pra deixar a saudade ainda maior.


ainda tem você na sala (♪)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Someone Like You ♪

I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things I didn't give to you

Old friend, why are you so shy?
Ain't like you to hold back or hide from the light
I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it

I had hoped you'd see my face
And that you'd be reminded
That for me it isn't over

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you two
Don't forget me, I beg
I remember you said:
"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"

Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead, yeah

You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summer haze
Bound by the surprise of our glory days

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight
I had hoped you'd see my face
And that you'd be reminded
That for me it isn't over


Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes, they're memories made
Who would have known how bitter-sweet
This would taste?

Nevermind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you two
Don't forget me, I beg
I remember you said:
"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"


Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead, yeah





Adele, I love you *-*

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aos 15. [1]

[eis que surgem páginas riscadas num caderno velho]


Hoje senti vontade de escrever, já não me sobra tempo nem pra conversar com os meus amigos antigos.
Esse ano eu mudei de escola, e confesso que me sinto deslocada, me sinto perdida pois não conheço nenhum professor, ainda não fiz amizades e pareço uma estranha perdida na turma que parece se conhecer muito já.
Tenho 15 anos, e uma cabeça virada em um turbilhão, eu assumo que não entendo mais nada daquilo que eu tinha certeza, e assumo que tenho medo de tomar decisões que na verdade ME tomam.
As vezes eu fico deprimida, mas é comigo mesma, me tranco nos meus livros e na minha esquisitisse, faço de conta que está tudo bem, eu não sei dizer não, eu arrumo amigos em dias de prova.
Sei que estou falando por estar em um dia ruin, eu sinto falta dos meus amigos, mas eu já pude sentir que as coisas realmente mudam e isso é duro, eu sei que eu vou ter que aprender a lidar com isso, isso de as pessoas tomarem seus caminhos e acabarem te colocando na página das lembranças, no 'dias atrás' de suas vidas. Eu nem sei o que pretendo escrevendo esse monte de babaquices, pode ser que daqui a um tempo eu leia isso e pense 'como eu mudei' ou que veja que tudo está igual, ou talvez eu rasgue quando terminar de escrever, não sei.
Dizem que nós, adolescentes estamos na fase transitória, estamos desenvolvendo nossa personalidade, espero desenvolver bem, não quero ser uma adulta problemática, uma nerd transtornada ou uma zé ninguém, quero somente entender isso, isso de 'opções' e eu nao tenho nem idéia de por onde começar.
Eu não sou completamente maluca, tenho meus amigos fiéis, tenho uma auto estima boa e muita gente gosta de mim, o problema é comigo mesma, com os meninos, meninas, com essas coisas, com essas 'fases'. Eu não conheço nada sobre relacionamentos, só gostei de uma pessoa até hoje e nem coragem de contar isso eu tenho, mas ultimamente as coisas tem se complicado.
Eu só espero me entender logo. Essas mudanças me deixaram ainda mais transtornada, pois eu passo muito tempo sozinha e esse tempo me deixa livre pra pensar nesse tipo de coisa, coisas que ainda tenho vergonha de contar pra alguém :$
É, já me sinto mais leve, talvez isso caia na mão de alguém que queira me entender, mas por enquanto vou fechando o caderno, vai que cai em mãos erradas ;)


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Escrevi, pintei, guardei.

Hoje eu escrevi, cartas que não pretendo abrir.
Escrevi no meu diário secreto,
falei da minha solidão, de como me sinto no deserto,
Escrevi cartas, que você nunca vai receber, mesmo sendo endereçadas a você.
Escrevi um desfecho pra esse buraco que não fecha,
pintei bordas coloridas nas sombras que me assombram
e pintei um sorriso desbotado no rosto.
Planejei a minha fuga temporária do mundo,
Pensei na minha trilha, e no adeus que não gostaria de dar.
Escrevi, mas tranquei.
Há tanta coisa entulhada aqui,
tanta coisa que já não cabe em mim.
Então, eu espremi, eu escrevi.
E não, não pretendo mais ver, tocar, sentir,
o adeus vai doer,
mas vou deixar ir.

domingo, 14 de agosto de 2011

.

Dizem que você anda por aí, destruindo o que se diz forte,
e que agora você mudou de turma,
que escolheu andar por um lugar mais escuro,
então me diga que você não sacrificou o que ainda existia de mais puro?
Diga que pelo menos isso você respeitou.
Eu quis me enganar, mas agora eu enchergo,
Você mudou demais, e as nossas conversas jamais serão sensatas como eram,
Você virou um monstro, mas isso só machuca você mesmo,
a sua guitarra virou uma arma então?
E onde está seu coração?
Você faz mal a si próprio querendo bancar o sabe-tudo,
você esta acabando com o que ainda existia,
e se houver saída que seja pra bem longe de tudo que ainda está intacto,
você quebrou regras,
você fez coisas que disse que jamais faria,
e eu vi meu orgulho se transformar em ódio,
você me machucou,
mas o pior mal está por vir,
assim você só tortura a si mesmo,
você está se destruindo e isso é lastimável,
você era alguém que anteriormente eu queria ser, mas agora você se tornou exatamente o oposto.
Todos estavam as seu lado, mas você não soube ver,
escolheu o caminho mais difícil, mas você nem sente isso não é?
Estar lúcido virou algo raro na sua vida, você se acabou,
mas você não vai levar o que sobrou,
vá sozinho pra esse abismo que você escolheu,
meu orgulho virou ódio naquela noite,
você é um pedaço de mim que sangra,
você é tudo que eu preferia fingir que nunca aconteceu,
não nos olhe como se não tivessemos tentado, o esforço tinha que partir de você também, isso dói, isso de você vir dizendo palavras fortes e machucando quem nunca lhe fez nada, mas você nem ao menos está lúcido, está?
Sabe, quando você vai embora tudo volta ao normal, as coisas voltam a ser boas, então não estrague o que é forte. Se você não é capaz de sentir o amor, não destrua quem ainda o sente.
Logo você, que se dizia tão ciente disso, cadê a sua memória agora? Cadê o seu respeito? Cadê o antídoto pra tudo isso?
Sabe, quando você chega uma nuvem negra se aproxima e as piores coisas rondam a casa, a minha cabeça, e nada parece ter sentido, quando você chega meu amor próprio some, você me deixa mal, você acaba comigo, você fala palavras que saem sem sentir, mas machucam como nunca, então você diz fazer mal, diz que vai voltar, mas o pior ainda está por vir.
Você é uma parte da minha memória que rasga o meu coração quando eu lembro, você era meu ídolo cara, mas hoje você me faz chorar.
O pior de tudo é ver que foi ilusão, mentira. Ver que minha base forte se corrompeu, e isso é o tipo de marca que a gente NUNCA esquece.
Eu só rezo pra que tudo se conserte de vez, do melhor jeito possível, eu rezo pra que nenhuma tragédia aconteça e pra que você amadureça, que não esqueça de onde veio e de tudo que disse. Que você acredite que é possível mudar, que você aceite a ajuda de quem vier, e que você possa viver de verdade. Que você largue toda essa porcaria e vire gente, gente integra como você era, que você possa ser ao menos metade do que pensei, que você se 'regenere' e que você seja amigo de você mesmo, se ajude a sair dessa.
Que você faça isso parar e não machuque mais ninguém.

(w)

Confessions of a Broken Heart

Eu espero pelo carteiro para que ele me traga uma carta
Eu espero que o bom Senhor me faça sentir melhor
E eu carrego o peso do mundo nos meus ombros
Por que você teve que ir?
Por que você mudou?

Eu estou machucada, mas estou esperando
Eu estou chorando, uma parte de mim está morrendo e
Estas são, estas são
As confissões de um coração partido

Eu visto todas as suas roupas velhas e o seu suéter pólo
Eu sonho com outro você, um que jamais
Jamais me deixaria sozinha para juntar os pedaços

Por que você teve que ir?

E eu espero o carteiro me trazer cartas.


(Confessions of a Broken Heart)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Revolta ?!

Será que foi o café que amargou meu dia?
Ou será que já não há nada que me traga alegria?
Quero mais é ficar sozinha, então bata a porta e apague a luz,
me deixe aqui, carregando a minha própria cruz.
E nem mencione em voltar, porque eu já me decidi,
eu faço as minhas próprias regras, cansei de jogar o seu jogo,
então anda logo e leva embora tudo que você deixou por algum motivo aqui comigo.
Quanto a vocês, que estão parados olhando, não precisa esforços,
não os façam agora, pois já está bem tarde.
Então é isso, amanhã posso ser o mel, mas hoje sou zangão,
não me questione só tente sentir como sente o meu coração,
aí então achará explicação,
cansaço, falhas, incertezas, corrosão.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

.

Apenas tentando, mais uma vez,
ligando pontos-chave, pensando em você
imaginando o desfecho,
crendo no que não há
entendo as explicações que ninguém quis me dar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

eXtremos!

a hora da alegria
a hora da tristeza,
a madrugada quente,
a tarde fria, gelada
A voz tremula,
a garganta 'enozada'
palavras não ditas,
na cabeça pensadas,
e a cabeça pesada,
que se deita sobre o travesseiro,
mais um dia passageiro,
que passou meio sem jeito,
sozinha em seu leito, deixou o ontem voltar
mas na verdade ele nem voltou,
o que voltou foi o pensamento,
mas amanhã o sol vem lento
e leva-o pra trazer de novo em momento certo,
mas se não houver momento certo,
coração aberto, vai entender,
e se de novo não entender,
dessa vez não irá esmudecer
E assim vai crer,
que tudo não passou de sonho,
um sonho intenso,
que se teve o prazer de sonhar.




[Mas nada vai conseguir mudar o que ficou...]

domingo, 17 de julho de 2011

Yesterday ?!

'I long for yesterday'

Um pensamento vago,
saudade de outrora,
Um dia silencioso,
Chuva lá fora,
chove aqui dentro também,
recordações que sempre vem,
Um dia cheio de vazio,
e o tédio virou quase que um remédio,
remédio pra aliviar em palavras a saudade que me acomete
quando esse mal tempo acontece.


Verificar ortografia

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O dia chega...

'Esclarecida, estava exposto em sua face que cansou dos esconderijos, embora certa vez, de trás de uma porta, fora bastante convidativo.'

Queria ela perder a memória a arrancar o passado dos seus dias novos. Tão novos que percorria o mesmo trajeto, usava o mesmo suéter, o mesmo par de tênis all star, o mesmo olhar de sempre escondido por trás de uma lente embaçada, a mesma lente embaçada, mas queria crer que havia mudado e ninguém seria tolo de dizer-lhe o contrário.
Seguia seu emocionante caminho monótono, numa cidadezinha mais monótona ainda. Mas certo dia acordou num lugar diferente, cercada de gente por todos os lados, uma bagunça, verdadeira confulsão, organizada de certo modo.
O seu sorriso abriu, o óculos caiu e a bochecha corou, olhou em frente outros olhos tímidos que no princípio desviavam os seus, bochechas vermelhas pra combinar um pouco com as dela talvez, seguiram o caminho procurando dar fim a timidez.
A tela grande, o lugar todo escuro, o cenário perfeito com uma platéia mínima e um filme bastante complexo ou talvez não fazia nexo querer mesmo ver o filme. Esperou uma aproximação, foi o que teve então, uma chegada tímida, e os lábios se tocaram, os dedos encaixaram e certamente os corações dispararam. (ou assim já estavam)
O quarto na penumbra, os tênis jogados de qualquer forma no canto, e o dia veio tão rápido que não deu nem tempo de dormir. Estavam assim, se completando, conhecendo o que já conheciam há tempos, mas enfim levando isso a um rumo que nunca havia existido anteriormente.
Escrevia poemas e tinha um blog, tinha porquinhos da índia como bichinhos de estimação e morava sozinha. Uma negação na cozinha, e cozinhava com todo carinho. Trabalhava o dia todo e descansava a noite, estudava o dia todo e estudava um pouco mais a noite. Mora aqui, mora láá. Mpb e Rock'n Roll, Rock'n Roll e mais Rock'n Roll, é, vem dando certo desde então, a menina que queria mudar o mundo, deixou seu mundo ser mudado por alguém.




'tudo que eu sempre quis tava ali, você chegou'

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aconchego

Sento na poltrona e ligo a vitrola empoeirada que fica lá no canto escuro, aconchegante. As músicas de outrora não se repetem mais e nem a voz que as canta não me trás a emoção que trazia. Viro o disco e a mesma coisa, nada mudou, ou melhor tudo mudou.


No meu cantinho eu fico, sozinha. As vezes busco aconchego em outros cantos, cantos que não me pertencem mais.


Ali no cantinho, colo meu ouvido no rádio velho e espero pacientemente que a canção toque novamente. Nunca me vi tão otimista, mesmo sabendo da verdade...






again.

Acordei bem cedo hoje, talvez pela ausência do sono, ou pelo fato das idéias martelarem demais minha cabeça.
Organizei as coisas ao meu redor, e reorganizei minhas formas de pensar, de agir, sentir.
Juntei tudo numa caixa, razoavelmente pequena, enfim, mas coloquei ali dentro tudo que restou em mim. Sabe não me restou, rancor e nenhum sentimento ruim, que machucasse, além é claro da saudade, mas no fim ela nem é a vilã, porque somos capazes de sentir saudade somente do que realmente marcou, e tudo isso que se repetidamente cansa.
Engraçado é ver o clarear das coisas quando a nuvem negra passa, quando o 'tornado' leva as idéias ruins. Engraçado mesmo é ver que você parou aqui, de novo. *-*
Vira e mexe, a gente se junta, se monta, volta, muda velhos hábitos, adota novos, conhece pessoas novas, volta às velhas e boas, e sobre o amor, tenho a dizer-lhe que é uma caixa de surpresas a cada dia.
E que bom te ter aqui, seja bem vinda, de novo!

domingo, 8 de maio de 2011

Mónologo da amnésia

De mim, não lembro nada.
Lembro sim que bati a cabeça naquela noite enquanto voltava de um bar.
Lembro que a noite caia triste e o sol já mostrava os primeiros raios.
Sei também que carregava uma espécie de caixa, essa ao lado da minha cama.
Lembro vagamente de ter visto um olhar e um sorriso sincero, sincero, sincero.
Aos poucos me lembro, mas por enquanto, me deixe dormir, me deixe interpretar e assim fingir que bati a cabeça com tanta intensidade capaz de apagar as lembranças. (Seguras lembranças). Me deixe, deixe...
Deixe fazer meu monólogo, meu teatro, me deixe calar quando eu sentir necessidade, mas por favor deixe eu me expressar, porque sou gente, e necessito.
Lembro que carreguei essa caixa pesada por cada canto e lembro de alguém ter me dito certa vez que me achava muito 'forte', apesar do meu porte. Lembro que me disseram pra acreditar, pra esperar, mas chega de perguntas, não lembro de mais nada, por favor se retire e apague essa luz, eu lembro que a intensidade dela ofusca meus olhos, e minha visão já está meio atrapalhada.
Anda logo, tá olhando o quê?

Gente.

Tanta gente vazia, tanta gente cheia, cheia de si própria,
procurando um complemento pros seus dias, buscando o desconhecido, só por acreditar que não se pode completar-se sozinho.
Tanta coleção de histórias, dores, cicatrizes compartilhadas noite a fora.
Gente louca, gente escrota, gente que nem se lembra de ser gente.
Gente que não pensa, gente que só age, gente que só sente, gente como a gente.
Gente que chora, gente que faz a gente chorar, gente que mente, gente que não gosta de gente, gente que se sente.
Cada quebra-cabeça uma peça, cada xarada uma resposta.
Gente sincera, gente 'composta', composta por várias gente's que se revelam dias após dia.
Cada peça um encaixe, cada xarada uma resposta, cada gente caminhando no caminho que acredita, e gente que não caminha, gente que descrê, gente que crê demais, gente que não existe ou prefere fingir que o mundo é que não existe.

terça-feira, 5 de abril de 2011

De mim, de vocês!

Hoje, faço minhas as suas palavras.

Eu 'simplesmente aceitei'.

Me diz quanto valeria um sorriso agora?

Eu seria capaz de pagar pra tê-lo, se fosse garantido.

Me tornando ouvinte da minha própria estória,

perdida num mundinho que eu mesma criei.

Mas me diga você, porque a noite estava tão estrelada e não mais está?

Porque você sorria das minhas piadas sem graça?

Noite fria, tão fria quanto seu silêncio,

e eu ainda me pergunto, sabe, tenho tantos porquês, na cachola.

Mas tudo bem, não cabe a mim corrigir nada,

quem me dera corrigir meu próprio modo desajeitado,

e quem sou eu pra cobrar?

Eu mesmo estou em débito.

Enquanto todos estavam do lado de lá, eu estava ali,

mas você não olhou pro lado,

preferiu calar,

entreguei minha peça chave,

por medo de jogar, de arriscar

Burrice? Ainda tenho meus princípios.

Princípios idiotas, se ao menos curassem cada cicatriz.

Cansei de buscar respostas,

aliás, até me esqueci das perguntas.

Você deveria saber que quando deito pra dormir minha memória me castiga, e eu penso nos motivos que fizeram a vida te levar tão cedo,

e penso que nem tive tempo de te dizer adeus,

penso porque tudo se encaixou tão bem aos outros e eu perdi minhas peças.

Sabe, quando eu fecho meus olhos eu só tento esquecer tudo e sorrir amareladamente no dia seguinte.

Tempo, tu que és tão mestre,

porque não me disseste que iria demorar a passar?

Agora fazem dois anos, um e meio, três meses.

E tudo passou assim, despercebido, vagaroso.

Queria mais daqueles 14 anos, daquele cheiro de orvalho e olhos verde mel,

mais daquela areia no parque escuro, mais corações rabiscados por um par de all star,

mais daquelas ligações inesperadas só pra dizer que estava com saudade,

um pouco de tudo, um tudo de mim,

que carrego no espaço que falta, um pedaço carregado por cada uma das partes,

a vida faz poesia e arte,

faz um cenário pro encaixe,

mas quem dera se ainda tivesse alguma parte aqui.

Se foi cedo demais,

ou por um erro em vão

e tem aqueles que vão embora sem nenhuma explicação,

Bem certo, não nos disseram que seria fácil,

aliás o difícil tem um sorriso atrente,

o que seria da gente se aquele beijo saísse de primeira?

E as histórias seriam besteiras, clichês demais.

Bem certo quem diz que o pra sempre não existe,

assim como quem diz que tudo passa.

Tudo acontecia enquanto eu fechava os olhos,

o que dizer do depois, além de 'vai ficar tudo bem'?

Conselhos em vão, saudade, escravização,

pensamento positivo? Eis a questão.

Cadê você me dizendo pra confiar?

Onde estão seus olhos cheios de verdade?

Porque some quando eu preciso?

Tanto ponto de interrogação,

quanta coisa que diz tudo mas não posso ouvir?

Me finjo assim surda, muda, cega.





domingo, 3 de abril de 2011

Só Sorria!

Então acorda. Acorda que o dia nasceu bonito. Põe um sorriso no rosto, cansei desse olhar aflito, Vamos andando, sem nos preocupar com mais nada, Larga a preocupação no caminho, bem. Deixa por lá o medo do que os outros pensam também. Acredito que melhor não há, e se você está feliz, pra que se importar? Isso é novo sim, mais pra você do que pra mim, então vamos, meus olhos já estão se fechando, o sono do fim de festa tá me pegando. A noite, a música, o frio, aaah o frio, a conversa de boteco, a mentira sincera, o olhar atento, a opinião e a opção. E as histórias, e o refrão? De momentos e músicas o tempo voa, de fato não erramos, está mesmo longe de acontecer, 'reacontecer', 'pera lá', isso existe? Existe! Existe pra quem não desiste, meu bem, que mal tem viver assim, sem rumo, esperando que o futuro nos sorria, Ele já sorriu, mas a gente nem viu, a noite estava escura e o frio era intenso, mas que tenso, acordar assim, só com as lembranças. Sobre o que falávamos? Bom deixa pra lá. Só me deseje um bom dia quando acordar, a porta pode bater ou só encostar, Não precisa sair de fininho e nem prometer que vai voltar, só me sorria se esse dia chegar.


E se você puder me olhar, se você quiser me achar...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Desabafo!

Bateu a porta e sumiu, na verdade seu silêncio sempre me incomodou, porém dessa vez eu desejava aquele silêncio e aquele olhar que me condenada e desafiava. Sem mais, se foi. Logo depois do episódio ocorrido naquela noite, eu só quis tomar meu café tradicional de sempre e fingir pra mim mesma que aquilo não havia acontecido, que tudo se resolveria quando eu deitasse pra dormir. Foi assim por longos dias. Deitei e liguei o rádio na primeira música, é, era a nossa música, curioso o fato das perseguições quando você tenta desfocar. Deitada naquele vago espaço olhando pro céu pensei na minha vida toda, flashes, histórias, momentos, confissões, e um pulo, não preguei o olho. Caminhei quase parando até a sala iluminada pela lua cheia e sentei no piso frio, esperei a campainha tocar, ou o bater de palmas, ou um grito pelo meu nome, esperei demais. E sabe, eu queria ter te contado, mas você não pôde me ouvir, corri quilômetros, enfrentei problemas bem maiores, desafiei quem não podia, quebrei todas as regras, e fiz isso por você. Mas eu cansei de correr nessa trilha sem fim, na verdade eu vou me sentar e curar essas cicatrizes que arrumei no meio do caminho. Não tenho o hábito de desistir, mas vou me permitir entender que nem sempre as coisas são ao nosso modo.

'Talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação'

domingo, 13 de março de 2011

Vazio!

Acordei cedo, num pulo só.
Sem pensar em nada, fui extintivamente até a janela, velho hábito que tenho desde sempre.
Observei o céu ainda escuro, nas poças de chuva na rua a lua ainda refletia.
A cama bagunçada atrás de mim poderia definir o que se passava no meu interior, bagunça. Poderia chamar transtorno pra alguns, carência pra outros, mas pra mim se definia em uma só palavra: vazio.
O vazio em questão pode encaminhar-se a mil significados, o vazio é cheio por outro ângulo. Mas ali naquele quarto cor de penumbra o vazio cabia em qualquer canto, qualquer pedaço. Cabia desde em cima da cama como nos retratos pendurados na parede, desde o sofá cheio de roupas até o meu olhar perdido, tentando encontrar teus passos pela rua molhada.
Vazio era meu pensamento sem você por perto e mais vazio ainda eram as explicações, vazia e inexistentes. A única parte não vazia era aquilo que eu ainda carregava e mantinha vivo dentro de mim, como se cuidasse de uma vida frágil, porém de fragilidade não havia nada, era bem mais forte que quem o cuidava.
Se foi assim, silenciosamente, sem me dar explicações, me abandonou como se abandona uma criança na estação de trem, sem rumo, sem acreditar, acordei sozinha mais uma vez.
E o vazio? Bom espero que carregue um pouco dele na sua mala, porque de vazio eu já estou farta.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estava te esperando!

'Então veio bruscamente em sua direção, devorando-a com o olhar negro. Puxou a cadeira que estava de frente com a dela com força suprema e desabou em choro profundo.'

Era uma manhã qualquer e ela tomava seu café, apenas isso, nada mais.
Lia o jornal, folheava as páginas como quem busca por algo importante, que nesse caso nem havia.
O dia estava chuvoso, motivo que talvez explicasse seu recolhimento, estava ausente de si mesma, figurando sua existência, se camuflando naquele refeitório gigante, realmente igual a uma criança, se escondendo por trás de um jornal velho.
Nos dedos com as pontas geladas, devido o frio cortante que vinha da porta principal, corriam as páginas e eram ligeiramente molhados nos lábios quentes de cor pálida.
Na cabeça mil pensamentos, no peito um coração que nem batia mais. Fria, era uma boa definição para aquela manhã de Setembro, definição que caia bem pra moça distante.
Na mesa ao lado havia um rapaz loiro de pele alva, olhos claros, que filtava-a sem rodeios e descrição, parecia interessado mesmo em saber o que se passava, ou interessado naquela moça tão sem graça de olhar morto. Aproximou-se, foi tomando espaço, pediu educadamente para se sentar ao lado dela, sentou-se.
Na verdade, aquele era o dia errado pra qualquer aproximação, até porque ela já esperava alguém que não sabia se viria, mas como o rapaz foi tão gentil e educado, deixou que se sentasse ali, desde que abraçasse junto a ela um silêncio cortante.
Derrepente ouviu-se passos firmes vindos da porta central, cabelos longos caídos pelo ombro e então veio bruscamente em sua direção, devorando-a com o olhar negro. Puxou a cadeira que estava de frente com a dela com força suprema e desabou em choro profundo.
Entendeu tudo errado, ou nem se fez entender. Há dias estavam indo de mal a pior, aos trancos e barrancos como diriam os antigos. Viu ali mais um motivo para se lamentar, para se doer de uma dor inexistente.
O rapaz em tom não tão gentil e um tanto quanto grotesco se afastou sorrindo ironicamente. Na mesa um ato quase único: alguém que chorava as dores de um amor que ainda era seu.
A moça pálida sorriu e disse 'que bom que você veio'. Assim então ficou subentendido que chorava em vão.






Então, quando os tempos difíceis encontrarem você

E os seus medos estiverem te cercando, enrole o meu amor em torno de você

Você nunca estará sozinho

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inquieta!

Papéis, papéis e bagunça.
O café na xícara esfriava, o vento frio lá fora soprava, e ali, ali dentro havia apenas uma garota voando longe.
Em cima da mesa de madeira bruta, havia um livro de capa preta, um diário.
Não sei qual o motivo que a levou a abri-lo logo pela manhã, talvez a capa aveludada empoeirada ou então por ser a única coisa 'visível' em meio a tanta desordem. Começou a folheá-lo, acompanhada pelo olhar quieto de sua mãe que aproximou-se do vão da porta e a observou silenciosamente.
Deixava que as páginas deslizassem nos seus dedos, assim como o correr dos olhos em cada cantinho das folhas amareladas. Havia muita lembrança 'arquivada', fotos de quem não estava mais ali, de quem sentia vontade de ainda estar, mas que por algum motivo a vida afastou, amores, paixões de infância, velhos amigos, desconhecidos que fizeram parte de sua história, cães, animais em geral. Havia também muitas cifras, muitas canções 'compostas' em momentos onde somente o papel poderia trazer um conforto e quando só as canções traziam dias bonitos. Papéis de balas, bomboms, cartas.
Sentou-se por cima das pernas e ficou com o olhar perdido, talvez pensando no que havia deixado de fazer, ou no que não fez certo, nos arrependimentos e anseios, pensando talvez no impensável e por vezes sem pensar em nada, apenas tapeando o tempo, pra esquecer um pouco do mundo diferente em que estava metida agora.
Por fim, juntou toda a bagunça, e ergue o tapete pra aproveitar e tirar a sujeira que deixara escondida embaixo dele por tempos. Pegou uma caixa vermelha de cosméticos, uma em que havia guardado uma fragrancia que havia ganho, juntou suas lembranças e delicadamente colocou-as ali dentro, uma a uma, como se a cada uma delas fosse dando um adeus breve, pois sabia que iria outra hora se ver ali, revirando o arquivo da memória. Prendeu seu cabelo no alto, num rabo de cavalo deixando aparecer a tatuagem na parte de trás do pescoço, um número, uma marca, uma mancha feita por agulhas e um pouco de tinta preta.
Nos lábios um sorriso de quem ganha algo valioso, ou apenas de alguém que aceitou os 'detalhes' que a vida impoe, e sem pensar, tapeou a cilada, se fez de boba e fingiu não sentir mais nada. Em cima de caixas velhas co mais lembranças, guardou com carinho aquela que era especial. Depois disso a sonhadora menina, sentou-se tranquilamente na varanda para ler sobre o hoje no jornal.

'Mas guardei tuas cartas com letra de fôrma...' ♪

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Dó, Ré.

Naquela manhã, enquanto alisava vagarosamente seus cabelos, fechou os olhos por alguns segundos enquanto inalava uma cheiro de perfume no ar, semelhante áquele que lhe veio à cabeça nesse exato momento. Foi abrindo timidamente um sorriso bobo na cara. Boba, perdida em lembranças, em anseios, em canções velhas que agora reciclara.

Sentou-se em frente ao piano e arriscou uma canção. Saiu torta, meio desajeitada de início, mas ao seus ouvidos estava agradável e para o seu sorriso bobo que se abriu mais ainda, estava perfeito.
Deixou os dedos correrem por entre as teclas, poderia dizer que estava compondo algo, se ao menos aquelas notas formassem um acorde ou tivessem uma harmonia realmente mais harmonioza.
Tocou, e enquanto tocava de olhos fechados foi deixando que algumas lágrimas molhassem os sustenidos e o dó maior, enquanto percorria de ré ao sol.
A música era embalada pelos frashes que vinham vindo, ou por anseios sobre coisas que ainda não haviam acontecido, pela imaginação fértil, pelos sonhos, pela grandeza de cada nota ou somente pra aliviar com música o que palavra nenhuma daria jeito. Foi se enchendo de mi e lá, lágrimas e por fim um suspiro, pronto, estava aliviada!
Levantou-se e deu uma olhadela para o piano que agora estava sendo coberto pela capa preta. Talvez amanhã ele seria tocado de novo, mas por hoje estava satisfeita.
Saiu pela porta, e se sumiu na imensidão dos raios de sol lá fora...


'pois que seja fraqueza então' (♪)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eu Volto!

'Me disse que já voltava. Desapareceu.
Se foi tão rápido quanto a dor que me abateu depois.
Essa casa ficou tão cheia do vazio que você deixou,
tão farta do nada que eu me tornei sem a sua presença.'



Estava lá eu, novamente sentada no chão frio do quarto, rodeada por mil cartas, cifras, fotografias e papéis de balas e bombons, mais uma vez cercada de passado.Eu não pensei bem no que estava fazendo, somente acordei decidida a sair dalí. Já me sentia figurante da minha própria história, uma mancha negra num bloco de carnaval. Sai sem pensar.

Eu sei, foram poucos minutos até eu me arrepender, aliás, já quando abri a porta silenciosa os primeiros vestígios de culpa e arrependimento me assombravam, como se dissessem 'não vá, vais se arrepender...', por horas gritavam, mas depois sumiram, deixando-me apenas com o silêncio da dúvida.

Já muito distante, sentí que o celular no meu bolso tocava, novamente a nossa canção, eu sabia que já havia notado minha ausência, é isso que as pessoas sentem quando perdem não é? Foi assim que me senti, apesar de eu ter feito a escolha.

Só tinha olhos pra mim, antes, pois agora tinha para outras, assim como os beijos que eram só meus, tinham outras bocas. Me senti deslocada.
Antes de sair, verifiquei se as janelas estavam bem fechadas, o tempo feio lá fora anunciava um tormenta em breve, dei comida para o cachorro, tomei um banho rápido, peguei alguns papéis, documentos, somente o que eu poderia carregar comigo. Me aproximei da porta e ví no painel uma foto nossa que me rasgou por dentro instantaneamente.Voltei. Com toda delicadeza desgrudei as bordas da fotografia do painel, e escrevi no verso dela que voltaria, era o peso do arrependimento escrevendo por mim, deixando claro que eu só precisava chegar até a primeira esquina e 'voltar' de fato. Fui embora. Mal trapida, cabelos bagunçados no rosto, uma camisa velha e algumas lembrancinhas que o arrependimento me fez carregar.
Haviam em torno de seis chamadas perdidas, o número era o mesmo, o nosso número. Mas de nada adiantaram, isso só quis fazer-me afastar ainda mais, talvez eu me sentisse no direito de pensar que quando mais longe, mas falta sentiria e aí sim, eu poderia voltar e me sentir peça fundamental do quebra-cabeças e não o jogador perna de pau do banco de reservas.
Talvez assim, logo eu volte...




'Respirar enfim, um momento só pra mim. E deixar a vida acontecer.' (♪)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Never Alone



Que os anjos te protejam
Que problemas não te atinjam
Que o céu te aceite
Quando for hora de ir para casa
Que você tenha sempre a abundância
O copo nunca vazio
Saiba em seu interior
Você nunca estará sozinho

Que suas lágrimas
Venham de sorrisos
Que você encontre amigos
Que valham a pena ter
Todos os anos passam
Eles significam mais do que ouro
Que você possa vencer e permanecer humilde
Sorrir mais do que resmungar
E saiba, quando você tropeçar
Você nunca estará sozinho

Quando você enfrentar o desconhecido
Onde quer que você voe
Este não é um adeus
Você nunca estará sozinho



Never Alone - Lady Antebellum