terça-feira, 30 de novembro de 2010

Me Leva Embora.

Acordei cedo, estava sozinha na cama, acredito que por esse fato dormi realmente mal.
É Setembro e as folhas lá fora caem, caem como lágrimas no meu rosto nesse dia cinzento, a sala está escura e eu temo acender as luzes e ver que não haverá ninguém sentado naquela poltrona do canto, nem ao menos esticada no tapete macio olhando fixamente para a TV, e sei que quando eu me aproximar do interruptor não haverão olhos me fitando na tentativa de descobrir o que eu pretendo mirando-a daquele jeito.
Lentamente me dirigi ao espelho essa manhã, foi necessário me certificar que ainda tinha alguma expressão facial depois de tantas caretas e choros. Pois lá estava eu, com o rosto todo marcado, pele pálida, olheiras e por fim uma cara de coitada. Caminhei até o banheiro onde banhei meu rosto na água gelada, aproveitei e passei uma cor nos lábios e tentei disfarçar as olheiras com um óculos escuro.
Sai para caminhar, não havia ninguém na rua, certamente estavam todos a esconder-se da chuva que se aproximava. Continuei meu caminho seguindo olhando para o chão, eu não tinha um rumo definido, apenas queria sair pra qualquer canto e não ter que encarar aquela casa tão vazia. Na verdade eu queria encher-me de vazio, caminhar e distanciar minha mente de tudo que pudesse impulsionar minhas lágrimas novamente.
Minhas pernas praticamente me arrastavam ao parque, era o último lugar que eu desejava estar. Mas mesmo assim sentei-me no banco enferrujado e ali fiquei com as minhas memórias, com os meus fantasmas. O silêncio tomava conta daquele lugar, apenas o vento me fazia companhia, ali tudo era escuro, um lugar morto, sem crianças, sem sorrisos, sem presença, eu mesma estava ausente, não poderia representar a única alma viva daquele lugar pois eu me sentia inválida, morta naquele dia.
Puxei o capuz da jaqueta preta e cobri minha cabeça e com as duas mãos sobre ela agachei-me como um bebê no útero da mãe, me sentia tão desprotegida, mas ao mesmo tempo acolhida pelo silêncio do parque.
Com os olhos fechados eu só desejei minha vida de volta, pensei no momento de rever aqueles olhos, de me perder novamente naquele abraço e poder desfrutar os sorrisos que agora eram tão raros.
Ao longe o balanço enferrujado rangia, um barulho ensurdecedor que parecia estar sendo reflexo do que se passava por dentro de mim, o vento não mais me acompanhava, parecia zombar de mim, trazendo consigo areia em meus olhos, ainda por cima a chuva se aproximava, decidiu chover numa vez só, chuva fria com o vento pertubador.
Não arredei o pé dali, nem havia como mesmo, pois estava praticamente presa naquele banco velho, meu corpo estava bastante molhado e eu sozinha e teimosa como de costume resolvi ficar por ali mesmo, me sentia mais viva a cada gota que escorria pela minha face e chegava aos meus lábios, pude me esconder de mim mesma debaixo de toda água que caia gelada do céu escuro. Já havia passado algumas horas desde a minha chegada e eu ainda não havia notado ninguém por perto, será que haviam se escondido de mim?
Com os olhos fechados e com toda a sensibilidade com que meus ouvidos captavam qualquer som, pude perceber passos se aproximando de mim, fiquei arrepiada, não era frio. Tive medo de olhar pra trás, senti uma mão tocando em meu ombro e baixei a cabeça com os olhos fechados desejando não estar só delirando. Não estava.
Apoiou seu queixo no meu ombro, pude sentir seu cheiro adocicado, sussurrou no meu ouvido: 'vamos pra casa, está frio aqui e você está ensopada, deixou todos preocupados, bom que eu sempre sei onde te encontrar...' Quando pronunciou a frase 'vamos pra casa' senti o coração na boca, como quem diz 'voltei pra ficar', olhei pra trás com os olhos baixos e as maçãs do rosto vermelhas, apenas estiquei meus braços pedindo um abraço que recebi prontamente. -'Quer dizer que vamos voltar pra casa?', falei em tom baixo, com medo de uma resposta negativa. 'Vamos sim, aliás, levanta, anda logo, preciso te dar um banho antes que fique doente e tenhamos que domir em quartos separados...'. Com cara de espanto apenas mirei aquele rosto de pele alva com os cabelos escorridos e a boca vermelha, a minha visão perfeita, num dia que tinha tudo pra ser sombrio e vazio.
- Mas o que te fez mudar de idéia?, -Idéia? Eu não 'idealizei' te amar, apenas amo, agora anda logo, teimosa...'



L.F

Resolveu Voltar!

Hoje resolveu aparecer por aqui, eu só pude acompanhar com os olhos seus passos lentos vindo em minha direção, eu ali, sentada naquele sofá vermelho, um vermelho morto, tão morto quanto o seu olhar de decepção. Deitou-se sobre minhas pernas e por ali ficou soluçando, chorando e eu sem reações só pude passar as mãos por seus cabelos esparramados no sofá. Eu não sei porque, mas naquela hora todas as palavras que eu tinha pra dizer se desfizeram num silêncio tranquilizante.
Me lembrei que estávamos deitados na cama, dormíamos abraçados, mas naquela noite, após meu banho quente, caminhei descalça até a cama onde já encontrava-se com os olhos fechados, deitei então no meu lado, nossas costas nunca haviam se encontrado daquele jeito. Com a voz baixa, tão baixa que mal se ouvia tentou puxar alguma conversa dizendo-me que meus pés estavam frios. Tive vontade de dizer que não eram mais frios que a nossa situação.
O sono não vinha e quanto mais eu me mexia na cama na tentativa de encontrar uma posição mais confortável ou de acordá-la para sentir seu abraço e dormir tranquila, mais apertava meu peito. Solucei, segurei minha lágrimas, tentei abafar com o travesseiro. Na minha tentativa fracassada de descansar levantei-me de vez, fui a passos lentos para a cozinha e brinquei com os imãs da geladeira, aqueles que formavam os nossos nomes. Bebi vagarosamente um copo de água gelada que parecia me cortar mais um pouco por dentro, misturei um pouco de açúcar pra tentar trazer alguma doçura, algum gosto pra boca seca.
Não quis voltar pra cama, me doía saber que estaria do lado de quem eu mais amava e não teria uma reciprocidade, minha vontade era de deitar e dar aquele nosso terno abraço, aquele que me aquecia nas noites frias, que sentia meu corpo suar em noites quentes, o nosso abraço pra qualquer hora não existia naquela. Fui então pro sofá, um sofá vermelho e empoeirado que havia ganhado de presente logo que nos juntamos, era inicialmente nosso ninho de amor, onde deitávamos e assistíamos a um filme bobo na TV, ou apenas ficávamos ali por horas sem fazer absolutamente nada. Sem mais, eu dormi, apaguei com algumas lágrimas ainda escorrendo continuamente em meu rosto cansado.
Acordei tarde, acredito que coloquei o sono em dia, com os olhos entreabertos pude observar sobre a mesa de centro um pequeno pedaço de papel e em cima dele o molho de chaves da nossa casa. Sentei-me e antes de esticar meu braço para pegar o papel pensei nas possibilidades do que haveria escrito ali. 'Será que foi espairecer a cabeça', 'ou quem sabe foi passear com o cachorro', 'foi na casa da mãe dela, deve ser'. O hábito de deixar bilhetes para avisar esse tipo de coisas era frequente entre nós, mas naquele dia eu apenas tentava me enganar pensando que poderia ser um desses avisos e não o aviso final. Sem nenhuma esperança curvei as costas e estiquei o braço peguei o papel rabiscado com lápis, decerto não quis escrever a caneta por sentir vontade de mais tarde apagar...
'Minha pequena, vi que você dormia, não quis perturbá-la, sei que trabalhou bastante e estava cansada, queria pedir desculpas pelo abraço que não lhe dei e também pelo meu adeus não dito, quero deixar a nossa historia assim, sem um ponto final, pois sei que vou me arrepender, mas o tempo se faz necessário. Até.'
Fiquei sem reação, o bilhete tinha sido escrito as 7 ou 8 da manhã que foi a hora que ouvi um ruído na porta, pensei estar dormindo e nem quis ver do que se tratava, agora eram 6 da tarde, será que ainda não havia se arrependido? Coloquei as mãos nos olhos inchados e deixei que a hora passasse, vi o dia escurecer, o sol acordando e minha alma diminuindo, nunca me ví assim tão fragilizada, cruzei os pés em cima do sofá, joguei a cabeça pra trás com a mão na testa.
Ao lado da porta estava o seu par de all star vermelho, o mesmo vermelho do sofá e o vermelho dos meus olhos cansados.
Ouví um ruído na porta, com os olhos baixos pude ver seus tênis brancos, depois de tantos dias sem sua presença, hoje resolveu aparecer por aqui, eu só pude acompanhar com os olhos seus passos lentos vindo em minha direção, eu ali, sentada naquele sofá vermelho, um vermelho morto, tão morto quanto o seu olhar de decepção. Deitou-se sobre minhas pernas e por ali ficou soluçando, chorando e eu sem reações só pude passar as mãos por seus cabelos esparramados no sofá. Eu não sei porque, mas naquela hora todas as palavras que eu tinha pra dizer se desfizeram num silêncio tranquilizante, todas as perguntas e toda a dor, haviam sumido. Eu só sentia que deveria ficar naquele sofá por mais quantos dias fosse, desde que tivesse comigo aquela companhia. Com os olhos inchados igualados aos meus me olhou, passou a mão suavemente em meus lábios, me beijou de forma terna e romântica como se fosse a primeira vez e disse-me que só havia voltado porque deixara comigo uma parte se não o todo que lhe pertencia.

L.F

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chuva, chuva!

Querida chuva,
você que molha meus pés e bagunça meus cabelos,
que me molha inteira e me deixa desajeitada,
você que quando me refresca, alivia,
quando chega, nostalgia
Chuva, por favor pare,
e dê um espaço ao sol,
e que junto com ele venha o meu amor,
me aquecer, me iluminar,
trazer de voltar o meu brilho.
Chuva, pare de teimosia,
eu não peço nada mais que isso
mas se considera um sacrifício,
então pode trovejar,
eu mesma não vou forçar,
mas debaixo de toda essa água e trovão
eu vou devagar seguindo,
pra longe vou-me indo
encontrar o meu sol, minha razão!


'Eu não vejo a hora de te ver sorrir' (♪)


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Breve Passagem.

Pelas ruas solitárias e escuras do vilarejo,
seguia cantarolando, assoviando e sorrindo,
quem o espiava da janela, acreditava que fosse um bêbado, um louco qualquer.
Sua bagagem era somente uma trouxa com trapos velhos, que serviam para mantê-lo aquecido naquele inverno rigoroso. Alguns cães o acompanhavam, três ou quatro, eram seus únicos amigos.
Sem motivos sinceros o velho seguia sorrindo, já não havia mais nada a perder, era sozinho, e por tal motivo resolveu não esperar por nada, sorria por ainda ter saúde, por ter pernas fortes, por caminhar por longas horas e pensar que aquilo mesmo era viver de verdade, por sua visão não ter sido afetada pela idade e assim poder ver o quão lindo é o florescer das flores e o quanto a cidade ficava linda toda iluminada durante a noite fria.
Em seu caminho ia juntando os sonhos que se perderam, que outros deixaram de sonhar, se tornava um idealizador do impossível, um louco para toda aquela gente que o via com olhos atentos e apontando os dedos. E mesmo assim, com todo o espanto que causava ainda ria daquele povo, tão pequeno e tão tolo, pensando que a vida era injusta, povo amargo que vivia de sofrimento. Ele, um pobre velho sujo, pobre mesmo, miserável sem um tustão no bolso, ele sim era feliz.
E quando era tarde, achava um canto e acendia uma fogueira, cantarolava mais um pouco até o sono bater, dormia.
A cidade-vila que tão escura e vazia era, foi aos poucos se tornando viva, pessoas de fora chegavam somente para ver o velho e seus cães cantores, sucesso que veio sem ele esperar, já que não vivia de expectativas. Mas alegrava a toda aquela gente com gestos simples, demonstrando quem ele era de verdade, apenas um velho alegre que queria mostrar que a felicidade se fazia de pequenos momentos simples. A vila crescia e prosperava, as pessoas tornaram-se mais felizes, entenderam tudo que o senhor sempre tentou explicar, e quanto ao velho, bom depois disso ninguém mais o viu. Todos sabiam que sua passagem por lá era breve, e era por uma razão, razão essa que se tornou lição pra vida inteira.




'o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído' ♪

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Insisto!

Pelas ruas molhadas vou caminhando,
mas parece que sempre insisto em pisar em poças no meu caminho, me molho, me sujo e depois tento manter-me limpa novamente. Mas amanhã lá vou eu, pisar em mais alguma delas.

Os rosto que vejo mudaram tanto,
mas eu insisto em enxergá-los como eram pra mim, então eu vejo e relembro, mas depois nem é mais aquilo e eu tento colocar isso na minha cabeça confusa. Mas amanhã lá vou eu de novo, olhá-los como se fosse a primeira aparição.

As vozem mudaram de tons,
mas eu permaneço ouvindo-as com a mesma doçura que tinham no começo, as vezes eu até distorço palavras pra parecer aquelas de antes, então caio na real e vejo que estou me enganando. Mas amanhã, lá vou eu com a velha ilusão de ouvir em tons leves e líricos.

Os corações se alteraram, perderam sua forma e estrutura,
Mas o meu permanece tão mole, as vezes eu forço-o a ficar mais forte, mais bravo, e consigo sim. Mas amanhã quando o sol tocar a minha janela, parece que vai derretendo-o dentro de mim e ele volta ao seu estado inicial, mole.

Os sentimentos perderam a cor,
mas eu ando por aí, pintando-os e tentando disfarçar até os meus cinzentos sentimentos, eu me fiz assim, ou melhor, nascí assim, tão sentimental, tão careta. Mas amanhã eu sei que talvez isso se altere, ou permaneça da mesma forma, mas aí eu já irei estar tão habituada que mudar-me será impreciso.

Eu vejo desmoronamentos,
então eu fecho os olhos, rezo e vejo a tormenta passar. Sei que amanhã vou insistir em continuar fugindo disso que me acerca, sei que já vai ser bem tarde, mas não vou temer mais, não vou fechar meus olhos e nem ser salva por preces.

Eu sei confiar,
Me ensinaram a pouco tempo, então eu simplesmente confio. Mas se amanhã eu acordar meio desconfiada, apenas pegue minha mão e olhe firmemente em meus olhos, eu sempre vou confiar nas mais absurdas palavras que vierem dessa forma.

Você não está aqui, eu sei,
mas eu insisto em criar um 'holograma' e te imagino na minha frente, sorrindo, cuidando de mim. Mas amanhã eu vou acordar e me sentir uma idiota por isso, vou olhar ao meu redor e ver que ninguém está ali, além de mim mesma.
E se amanhã se eu acordar esquecida, sei que vou abrir aquele velho livro,e lá te encontro.








'Sobra só o desespero de ver tudo mudar...(♪)'

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mas se quiser...

Eu sou, louca, doida, eu faço drama,
me deito e rolo, ansiosa nessa cama,
Eu finjo estar bem mesmo estando mal,
e quando estou bem sou feliz
ao ponto de parecer anormal,
Mas se quiser me acompanhar
posso te prometer um bom lugar,
minha companhia não vai incomodar,
Só não me deixe sozinho,
eu preciso de atenção, carinho
Se não me ver eu posso me sufocar,
Me olhe, me note,
me ame e desgoste,
mas amanhã,
lembre de mim por alguns minutos
abra sua memória na minha página
e lembre do que eu sempre tentei dizer,
Se amanhã a gente nem mais existir,
lembra que eu te fiz sorrir,
Eu não me tornei diferente,
você só me vê assim agora,
Mas quando eu for embora,
aquela velha lembrança vai ficar.
E aí nada vai me restar a não ser acenar
e com olhos dizer que tentei,
Mas se quiser me acompanhar,
no meu barco terá seu lugar,
lugar esse que nunca lhe faltará dentro de mim.
Mas por hoje finja que me esqueceu,
também preciso de um tempo só meu,
então, adeus!

Não espere que eu seja igual a você...(♪)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

~. Poeminha Bipolar!

Me olha com esses olhos cor de pitanga
seu cheiro, adocicado, cheiro de maça,
me diz que não quer, mas por dentro clama,
me chama, me larga faz o que quiser,
cuidado comigo se me lanço, me atiro,
um dia ainda miro acertando em você,
Se ainda não lhe disseram vou lhe avisar,
o amor é mesmo bom,
cuidado pra não se machucar.
hoje posso ser boa,
mas se amanhã acordar má,
não se desespere, não vem reclamar.
Eu não gosto de jogar, mas eu disfarço bem,
se você chega perto, que desejo meu bem,
entre olhares e toques eu vou me esquivando,
mas se você vier chegando eu vou te esperar,
se te prendo na minha teia não largo mais,
mas se quiser ser livre então vai.
Eu gosto do todo não só de uma parte,
te pinto na minha parede e faço obra de arte,
esse seu olhar num tom que me convence,
mas quem é que no final vence,
quem melhor jogar,
cuidado comigo, se me lanço me atiro,
um dia ainda miro e te acerto de vez.




Eu sei, jogos de amor são para se jogar...(♫)

domingo, 31 de outubro de 2010

Lembranças de Saudade!

Hoje me deu uma saudade enorme,
lembra dos tempos de quando eu era tão pequena, que eu caminhava pela grama cumprida do sítio e quase me perdia, mas por sorte sempre tinham suas pegadas pela trilha onde eu seguia e eu sabia que se me perdesse você viria me buscar. Lembra de quando a gente saia pra caminhar e catar amorinhas, aquelas já bem docinhas, e sentávamos em baixo de uma árvore pra contar histórias.
Eu lembro da sua voz forte tocando o gado pra dentro da mangueira, lembro de quando me acordava cedo pra irmos tirar o leite, o camargo, pra o café da manhã.
Lembrei de quando a gente ia pescar e a vó gritava pro Sr. me cuidar pra não cair no rio, era engraçado.
Lembro da mesa farta, de todos reunidos em volta comendo, sorrindo, contando histórias da infância, eu lembro das músicas engraçadas que cantávamos em volta do fogão nos dias frios, lembro o jeito como tratava as coisas ruins, sempre achando um jeito de disfarçar a gravidade disso, daquilo e tornando engraçado até as coisas irrelevantes. Acredito que muito do meu senso de humor eu adquiri de ti.
Eu lembro que eu dizia que ia ficar morando no sítio, com você e a vó, e sempre que íamos embora eu ficava olhando pra trás pensando na hora de voltar.
É vô, são muitas lembranças, apesar de o Sr. ter ido tão depressa.
Foi difícil retornar ao sítio e ver tudo diferente, entrar devagar com medo de abrir a porta e não lhe ver sentado na sua poltrona com seu cafézinho na mão. Medo que eu aprendi a enfrentar, tive que enfrentar na verdade. Ir embora e não lhe ver abrindo a porteira com um sorriso nos desejando boa viagem.
Hoje me deu uma imensa falta do sr. aqui. Eu só precisava conversar, lhe contar como tem sido a minha vida, lhe dar algum orgulho e mostrar que eu já sei dirigir, como sempre quis quando entrava no seu fusquinha, lhe mostrar o quanto nossa família cresceu e o quanto o senhor nos faz falta. Como nas histórias que me contava, eu também venho tendo algumas lições, aprendi a valorizar cada momentinho, por mais breve que seja, porque depois que perdemos não há volta, meu velho.
E ah, como o sr sempre me ensinou, eu não tenho nenhum vício, não bebo, não fumo, dizem que eu tenho muitas das suas manias, vô. Completei meus estudos, estou na faculdade, a tal faculdade que o sr. queria dar a todos seus filhos e netos, eu lembro do senhor em muitos momentos. Sabe, eu conheci pessoas muito especiais ao longo desse tempo e me espelho em algumas delas, como me espelhava em ti, lembra que eu colocava suas botas enormes nos meus pés e dizia que era o senhor? Eu me sentia tão capaz de qualquer coisa, tão forte.
Quando o sr. foi embora eu sonhei um dia antes, e eu sigo tudo que me disse, estou cuidando bem da vó, da mãe, me importo com a nossa família, com o nosso sangue. Por aqui está tudo em ordem, andaram acontecendo algumas fatalidades, mas a vida é um ciclo, meu caro, e hoje com dezenove anos eu entendo, aprendi a perder, não que eu tenha aceitado, mas estou aprendendo. Vô, que o senhor esteja bem, que eu possa te encontrar mais vezes nos meus sonhos, o senhor faz muita falta e deixou um vazio eterno!




A ti, meu vô, Francisco de Assis Pereira.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Escreva a Sua História!

Hoje, 28 de outubro.


Escreva a Sua História


Escreva a sua história na areia da praia,
Para que as ondas a levem através dos 7 mares;
Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
Cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na
Manha seguinte pelos garis.

Abra o peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra,
A vida nao vale nada se você nao tem uma boa história pra contar.

Pedro Bial



Dedicado a alguém que me
ensinou e ajudou a construir
lindas histórias que com
certeza permanecerão pra sempre
na memória!
Obrigada!


Feliz aniversário, Alice, um mundo de coisas boas pra você!

(L).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alguém Assim!

Alguém que se importa com você,
que te ouve desde o amanhecer até a hora de dormir,
que te mima, que canta e vigia seu sono,
um agluém que você compartilha momentos, sonhos
que você aprende a entender o significado das coisas que antes não dava valor.
Alguém que te diz o quanto você está linda, nos seus piores 'looks',
Que te aconselha, te conduz pro caminho certo,
que te abraça e beija e deita junto contigo pra sonhar,
brincar de construir os sonhos, fazer castelinhos de vitórias.
Alguém que te deixa vermelha só pra dizer que você fica linda assim,
que te diz as melhores coisas nos piores momentos.
Que te apoia nas decisões mais absurdas,
que está contigo em todo momento
Um alguém assim que eu quero pra sempre pra mim.

(Chega mais perto, deita do meu lado, fica quieto, apenas respire no meu ouvido, quero apenas sentir a sua presença...)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Codinome Beija-Flor

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor




Cazuza - Codinome Beija-Flor

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mentira!

Eu já disse e não vou mudar,
não tenho conduta pra fugir do meus princípos
e quem contou mentiras desde o início sempre foi você
veja só, tudo está como deveria ser,
eu cá você lá, e assim que vai ficar,
eu já não tenho saco pra te aturar
não tenho duas caras pra lhe agradar,
o teu sorriso é mais manjado que promessas eleitorais,
a suas palavrinhas copiadas de frases de jornais,
suas vozes se alteram conforme a sua história,
eu se não falha a memória, elas nunca existiram,
Sentimentalismo barato, se ao menos fosse verdadeiro,
só não se abale pelo desespero,
talvez ninguém mais possa te socorrer,
o melhor mesmo é correr, se afastar,
deixa estar, o mundo gira, põe as coisas no lugar,
mas se acaso não mudar é porque já estão onde deveriam estar.




'Confiança é como vidro, quando quebra não há o que faça ficar tudo de volta no lugar'

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tchau!

"É bem mais justo escrever uma história sorrindo e acreditar
que pode ser, do que seguir no caminho triste sem pensar em reescrever!" - L.F






Bom, meu blog anda meio abandonado ultimamente. Vou explicar, é a falta de tempo, ou a falta de criatividade também. Minha cabeça anda a mil comtantas outras coisas que acabei por deixar o meu melhor espaço 'largado', pretendo escrever algo bom logo *-*
Estou aprendendo a me entender, há dias em que a inspiração vem e o tempo não colabora, e vice-versa, porém preciso de 'motivos' que me façam querer expressar tudo que sinto, traduzir em palavras o que é incompreensível, tentar ao menos.
Bem, tá aí o final do semestre, faculdade me consumindo e me deixando exaustivamente cansada, porém só falta 6 meses bem dizer. Logo logo isso termina, ou começa de vez *-*
Prometo sempre vir aqui com idéias boas, ou pra desabafar de vez em quando, isso não é uma despedida, é talvez uma 'explicação' coerente pra um eventual sumiço.
beeeijo :*

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

.

Uma conversa evitada,
uma guerra travada.
Deixamos nos vencer pela rotina,
e assim fizemo-nos reféns do silêncio
por pura falta de interesse.
A cor tão pura desbotou,
o violão desafinou,
a canção não tocou
e nós, nós nos perdemos no tempo.
Um solo, um refrão
o mesmo silêncio, copo na mão
olhar no chão.
Nem fez mais sentido, porque evitamos sentir,
assim optamos por ser,
apenas vivendo, em mais nada crendo,
Mais uma dose do veneno,
veneno diário pra não monotonizar a rotina,
não mais do que insiste em ser.
A solidão se vai, assim como veio,
do esquecimento o receio,
e o desprazer de assim ver algo verdadeiro desfazer.
As pessoas vem, vão
igual acontece com a solidão,
Insanos momentos de desistência
transformam a vontade em paciência.
Deixado de lado a chance de manter-se unidos
que destino impregnante,
sonhar com o surreal,
acordar e dar de cara com o 'natural',
Apenas um desfecho, sem nexo
talvez complexo demais pra se entender,
mas e daí se costumo dizer
se é complexo deixa ser,
quanto mais complexo maior o prazer.

Tão Perto!

Poemas, versos e um livro,
todos deixados de lado, esquecidos.
Esperei por tanto tempo, tanto que nem sei dizer,
Suportei com tanta força, mas me fez ceder.
Amanhã eu vou sair por aí,
vou viver de sonhos e sonhar com a vida que eu levava,
Eu vou cantar os versos que decorei e nunca cantei.
Roupa limpa e no rosto um sorriso aberto,
Deixar a leveza da brisa bater e me carregar,
vou caminhar descalça na areia molhada
deixar meus passos marcados por lá também,
Sei que as marcas ficam, deixo as lembranças ficarem também,
Sigo sozinha nesse emaranhado de sonhos
e busco sonhar com alguém.
Tao longe, tão perto
Futuro incerto, o incerto que eu quero pra mim.


~

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Hoje!

Hoje eu parei de escrever meu livro, aquele de que tanto falava,
laguei minhas espadas no chão,
hoje até o sol preferiu se esconder do que brilhar tímido,
Hoje as pessoas aqui viraram máquinas,
ninguém falou, ninguém ao menos questionou, somente agindo por impulso, rotina talvez.
Hoje o som que eu ouço é diferente,
as lentes embaçadas dos meus óculos distorcem as pessoas, ou as torna o que eu não enxergava antes.
Hoje eu acordei querendo dormir mais ainda, querendo fugir dessa sexta-feira, querendo sonhar que ainda é ontem.
Hoje me deram certeza do tempo que não tenho,
Hoje eu vou caminhar bem devagar e admirar cada folha caída no chão,
Hoje vou ter cautela, cuidar com as pessoas, detalhes e palavras.
Hoje eu vou ser detalhista e arquivar no meu íntimo os sentimentos mais inesperados que me invadiram.
Hoje por fim eu vou fechar os olhos sem me preocupar com o horário amanhã, sem esperar nada além de acordar.
Hoje eu não vou pensar em mais nada, dizem que quem pensa demais envelhece precocemente.
Hoje eu vou sair de fininho e quem sabe me mandar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Taking Over Me [.♪.]

.Você não lembra de mim, Mas eu lembro de você
Eu perdia o sono e me esforçava para não pensar em você
Mas quem pode escolher o que sonha?
E eu sonho...

Eu acredito em você
Desistiria de tudo só para reencontrar você
Eu tenho de estar com você, para viver, para respirar
Você está assumindo o controle sobre mim

Você esqueceu tudo que eu sei
E tudo que nós passamos?
Você me viu lamentando meu amor por você
E tocou minha mão
Eu soube então que você me amava

Eu acredito em você
Desistiria de tudo só para encontrar você
Eu tenho de estar com você, para viver, para respirar
Você está assumindo o controle sobre mim

Eu olho no espelho e vejo teu rosto
Se eu olhar fundo o bastante.
Há tanta coisa dentro de você,
Exatamente como você, está assumindo o controle.

Eu acredito em você
Desistiria de tudo só para reencontrar você
Eu tenho de estar com você, para viver, para respirar
Você está assumindo o controle sobre mim



Evanescence - Taking Over Me

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Memórias...(♪)

Ela estava sentada, jogada em sua poltrona, com os pés levantados, estava exausta, há tempos se culpava da dor que a prendia.
Ao seu lado, na mesinha, haviam alguns livros, cds e por fim cartas, deviam ser três ou quatro, todas abertas, meio amassadas e amareladas. Uma música calma e tocante a fazia lembrar do que ela tentava esquecer todos os dias, tentativa fracassada, a posição do seu corpo esticado naquela poltrona indicava isso, fracasso, e com as mãos sobre os olhos secava as lágrimas involuntárias e juntava as melhores lembranças pra tentar apagá-las por um tempo somente o tempo de se recompor e estar viva de volta.
No tapete branco as marcas que seu all star sujo deixara, esse que agora estava jogado ao lado de sua bolsa em dos cantos do quarto lilás, um tanto melancólico.
Seu gato no tapete a observava, parecia entender o que se passava e sem fazer nenhum barulho pulou em seu colo e deitou-se confortavelmente sem tirar o olhar do rosto da dona, ela parecia nem ter notado sua presença, permaneceu com as mãos nos olhos, respirando com dificuldade, seu ar parecia estar esgotando. Parou de respirar por alguns segundos, em seguida suspirou fundo como se houvesse descarregado um fardo muito pesado, com uma das mãos afagou carinhosamente o gato, reconheceu a sua preocupação com a tristeza que ela transparecia.
Assim que percebeu que o gato havia dormido colocou-o em sua cama e dirigiu-se até o guarda-roupas. Dali tirou uma pequena caixa rosa, embrulhada em um papel cintilante, abriu-a e tirou de lá uma pequena agenda com capa preta e algumas anotações, abriu na última página, sentou-se novamente na poltrona e começou a ler em voz baixa, quase como um sussurro cada palavra, seguidamente emudeceu, de seus lábios surgiu um sorriso tímido, deitou a cabeça no encosto da poltrona e permaneceu por alguns minutos, levantou-se guardou a velha agenda de volta na caixa e foi sorrindo deitar-se. Afagou, novamente o gato sorrindo a ele.
E assim com o barulho do vento frio lá fora e o som daquela canção marcante fechou seus olhos e dormiu com a certeza de que iria ser diferente sua história enquanto sonhasse. E a música seguia baixinho, fazendo com que o sono da menina e do gato se tornasse mais agradável .
['pois que seja fraqueza então...' ♪]



A alegria que me da isso vai sem eu dizer (♪)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Egoísta!

Eu sempre precisei de um braço direito, de um apoio moral, meu bem
sempre precisei de coisas insignificantes como você bem julga,
e eu precisava sim de todas as conversas, lágrimas e todas as palavras estilhaçadoras que falei, necessitei.

Mas hoje, meu caro, hoje eu só preciso de mim mesma e talvez um sol radiante lá fora, algumas horas em uma festa animada bebendo em minha companhia e conversando comigo mesma. Hoje eu preciso ser egoísta, a minha vida está correndo rápido demais, assim como o tempo que perdemos, mas o que se perde por mérito não se lamenta.

Deixa a vida se encarregar de tudo agora e vamos nos divertir como se tivessemos a certeza do fim se aproximando. O tempo corre, mas eu sei que quando nossos corpos se encontrarem novamente ele vai passar arrastado, e no brilho dos seus olhos vou ver uma saída, uma fuga de tudo que eu precisava, uma concretização, satisfação e bem estar, mas hoje, hoje eu só preciso de mim mesma.

Amor, me perdoa por esse egoísmo passageiro, mas eu tive que aprender a me defender, esse foi meu único meio, eu aprendí que conviver comigo mesma não deve ser uma luta, deve ser um hobbie, assim como tocar meu violão quando estou triste ou escrever as diversas besteiras como essas que escrevo quando ouço uma música que me balança de alguma forma, um hobbie como morrer de amor por alguém - sim isso vira hobbie com o tempo -

Vou estar em boas mãos, as minhas, sei que tenho alguém bem fiel ao meu lado, eu mesma, e eu posso ser a companhia mais engraçada e divertida ou a mais pessimista as vezes, mas eu sei que posso conversar comigo mesma sempre que precisar, mesmo que os outros pensam 'olha só, ela ficou louca' não importa, que seja loucura mas seja uma loucura satisfatória de poder ouvir o que quer de ter os seus poréns de saber lidar com as suas diferenças.

Eu sei que isso lhe parece complexo, mas eu não posso explicar porque eu ando meio sem tempo, eu estou tratando de me ocupar comigo mesma, mas você sabe, quando estamos juntos não há espaço pra nada além de nós e nós, e o egoísmo? Bom ele vem depois ;)






Eu só preciso de mim.

"Eu só preciso ser um pouco mais minha, pois depois que você me tomou eu não sei mais

conviver sozinha e acredito que deveria aprender."

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sonho...

.
Quando você vem sorrindo, cabelo contra o vento,
Vem então chegando, te olho boba não tem jeito
É que quando você está perto não precisa existir mais nada além de nós.
Quando você está ausente a minha mente voa longe te buscar,
quero você em todos os meus momentos, segure a minha mão e fique aqui até que eu adormeça.
Porque quando eu te tenho perto as luzes podem se apagar e eu nem vou sentir medo, pode chover por dias e noites e eu nem vou dizer que o tempo ficou 'cinza', porque quando eu te tenho as cores do meu mundo se tornam tão realçadas e quando você me sorrí eu sinto que ainda posso mais.
Vamos correr por entre o campo verde, e encontrar no fim daquele arco-íris a nossa felicidade, vamos fugir, desaparecer por um tempo e depois voltar diferentes, vamos crescer e aprender a sermos dois num só.
Quando eu te tenho perto meu coração dispara, minhas mãos soam, isso em questão de míseros segundos, eu tremo, gaguejo, eu fico vermelha e disfarço e vejo seu sorriso que parece adorar me ver assim. Quando eu te abraço o mundo pode parar porque é a sensação mais inexplicavel de estar 'suprindo' a minha maior necessidade, meu desejo único, minha vontade.
E que venham os dias de sol, as noites frias, pois sei que tenho a ti e eu não temo mais nada, porque quando você está aqui fica tudo bem, tudo certo.





"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque,
me diga qualquer coisa, ou não diga nada,
mas chegue mais perto.
Não seja idiota, não deixe isso se perder,
virar poeira, virar nada"

Caio F.
-

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Espero.

Me guarde em seus versos e abra seu livro na minha página,

A nossa história é escrita dia pós dia nas linhas tortas do nosso caderno borrado,

no nosso amor desajeitado da nossa maneira de viver.

E entre tropeços e pedras no caminho vamos seguindo sorrindo sem esperar nada mais que o amanhã.

E se o amanhã não chegar, tenha certeza plena que o hoje valeu cada segundo, assim como o ontem e assim como vale cada sorriso seu.

Os meus sonhos vão de encontro ao seu, vivo cada momento só pra te ter.

Fecho os olhos e é o seu cheiro que sinto no vento que balança meus cabelos, como o balanço do coração quando você passa, como o balanço do nosso amor ressurgido.

O medo é companheiro que eu abandonei na velha estrada, vem comigo e vamos além do imaginável, sem destino, nem passagem, seguindo na miragem de eternizar cada momento.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Olhos Fechados...

Eu te falei, te alertei sobre meu medos, por que então você me fez fechar os olhos?

Eu acordei com uma sensação inexplicável de querer mais e mais, sinto que mergulhei no proibido e agora eu me sinto cada vez mais afundada na areia movediça, na areia que você jogou de baixo dos meus pés em um ato involuntário.

Então, se amanhã você sentir vontade de ir embora apenas deixe um bilhetinho com uma explicação coerente em cima da mesa, em cima do leite derramado pelo qual eu não vou chorar. Mas por favor fique aqui, eu sinto que meu medo se converteu em vontades, de todas as cores e formas, vontades curiosas as quais eu nunca tive, eu não quero abrir meu olhos e eu quero voar longe agora, então só me dê um primeiro impulso, eu aprendo rápido, sem guias, eu vou saber levar isso em frente, prometo me dar bem com a solidão que vem depois.

O tempo vem me tornando cada vez mais sensível, mas se você segurar a minha mão eu me sinto a pessoa mais forte do mundo e se você estiver do meu lado ao fim eu só vou sorrir e segurar pra não cair.

Doce loucura, fecho os olhos e mergulho no seu infinito e o que você diz bate tão bem com o que eu penso e o que eu penso nem preciso dizer, você subentende.

Só me segure nos seus braços quando as minhas pernas enfraquecerem e me leve pra cima das montanhas pra ver o pôr do sol, não me prometa nada, eu me apego em promessas então só faça o que puder enquanto houver tempo e guarde tudo que há de bom na vida, me guarde com você, me leve pra onde você for.

Eu vou abrir meus olhos e quero enxergar você, já sinto as suas mãos me amparando, então esquece tudo e apenas vamos viver tudo que ainda há, o amanhã vem sem culpa é assim que deve ser, vem comigo e o resto a gente pensa depois, porque o agora só depende da nossa vontade.






espero a minha vez...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma História...

Quando eu era criança me contavam sobre fadas, príncipes, monstros e heróis que sempre salvavam o final da história transformando-a em 'viveram felizes para sempre', eu nunca acreditei em monstros, bruxas, coisas malígnas, muito menos sonhava com um príncipe em seu cavalo branco, lindo e esbelto pronto para receber sua princesa. Hoje eu conto a história, hoje eu acredito em bruxas, monstros, coisas malígnas, acredito sim no príncipe ele já esteve pessoalmente lá em casa, mas seu cavalo ganhou duas rodas e se chama moto agora.


Podem te contar milhares de histórias, versões diversas, com finais felizes ou não, mas quem está lendo a sua história, afinal?


Quando eu era criança, inocente, minha mãe me dizia pra dividir meus brinquedos principalmente os que eu mais gostasse pra que outras crianças pudessem desfrutar o prazer de brincar com eles, dizia também que depois de um dia todo se sujando era só tomar um bom banho e toda a sujeira sumia, que quando você dorme ninguém pode te fazer mal, dizia que quem mente não vai pro céu e que roubar é feio em qualquer circunstância. Mas agora, agora eu vejo que no fundo não é isso, tem tanta sujeira que não se resolve nem com dezenas de banhos, enquanto você dorme seus pesadelos podem sim te tocar e fazer mal, muito mal, mentir se tornou tão habitual pra tantas pessoas, você liga a televisão e lá estão elas, estampadas em cada anuncio em cada debate em cada olhar desviado da camera, sobre roubar ele continua sendo feio em qualquer circunstância mas o pessoal parece adorar aquilo que é feio.


Eu queria só me sentar naquela grama e olhar aquele campo de areia e ouvir apenas mais uma história, uma história real, sem principes, sem heróis, e principalmente sem vilões, uma história que não precisa ter um final feliz, uma história que aconteceu naturalmente, que foi bonita ou está sendo, uma história que torne meu dia mais significativo e então eu quero deitar inha cabeça no seu ombro e contar a minha, a minha história que talvez você não pague pra ler, mas vai ter o prazer de ouvir-me contar.



~

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Passado!

O Ontem!

E é de noite quando você se deita que o passado se levanta.
E quando você fecha seus olhos é como se os abrisse de volta no tempo que passou, como se estivesse remontando o ontem e dando a ele novas características.
Mas isso não existe, o ontem passou e nenhum dia será igual a ele, o sol não vai brilhar com a mesma intensidade e seu sorriso não será tão espontâneo amanhã nem o que você sente vai ser a mesma coisa, o pra sempre é uma mentira que criaram pra eufemizar as coisas finitas, pra crer-se que quando elas perderem o brilho é só polir e irão reluzir igual no começo. As lembranças sim existem, lembranças de momento finitos, das coisas que aconteceram no ontem e que não vão se repetir amanhã e nem depois, nem depois, nem depois, não igual da primeira vez.
E então você pode rezar, pode implorar pro ontem voltar, mas serão apenas palavras perdidas, talvez até sejam preces atendidas, talvez.
Quando você deita passam pela sua cabeça milhares de pensamentos, milhares de 'e se isso...e se aquilo'...Mas amanhã quando você acordar as lembranças ainda estarão na sua cabeça, o sol vai brilhar ou não, haverão sorrisos espontâneos e falsos, ou você pode nem acordar, o amanhã é um mistério.
E é de noite quando você deita que o passado te engole num mar de saudade, arrependimento e novamente a saudade, essa por vez triplicada.

Existem três coisas que você deve levar em consideração:

  • Cada segundo que passa é diferente do que o sucede, é assim com os amores, com as pessoas, com os momentos;
  • Os momentos passam, as pessoas se vão e no fim sobra a saudade;
  • E a Saudade, bom ela não é suficiente pra trazer o passado de volta!

Larissa da Fonseca

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Parabéns, mãe!


Mãe, mãezinha *-*


Hoje é um dia muito especial, é aniversário da minha mãe, a pessoa que me faz mais feliz nesse mundo...

É a ela que devo tudo, é com um sorriso dela que eu acordo e vou trabalhar pela manhã e é com seu 'boa noite' que me dirijo até a cama pra descansar. Sim só vejo minha mãe nesses dois períodos, por vezes mal temos tempo pra conversar ultimamente, mas ela sabe tudo que eu estou passando, sabe exatamente o que me dizer e quando não sabe somente me abraça com uma ternura que dispensa palavras.


Mãe, é pra ti que venço todos os dias e quando fracasso você é a ultima a quem eu gostaria de mostrar minhas lágrimas. Foi você quem me ensinou a caminhar, que me ensina até hoje, que me segurou nas minhas primeiras quedas e é quem está sempre me levantando ainda atualmente.

Mãe, foi pra você a primeira palavra que eu disse quando ainda estava aprendendo a falar, foi seu nome que eu chamei e aprendí desde cedo que é sempre o primeiro nome que devo chamar sempre que precisar, 'mãe'.

Os anos passam, mãe, a gente vai crescendo, amadurecendo e os compromissos nos fazem refém de uma rotina exaustiva, sei que a gente mal se vê, conversamos sobre o necessário ultimamente e o 'importante' sempre fica subentendido pra você e pra mim.

Por vezes pensei em desistir, confesso, mas você sempre me fez enxergar que a vida sempre tem seus altos e baixos, que o mundo gira e que devo levar sempre meu guarda-chuva quando você diz que vai chover.

Quando tropecei e cai, com o maior cuidado você me juntou do chão e limpou meu joelhos sujos, me ensinou a manter-me firme, caminhar por caminhos certos e a não deixar poeiras nas minhas calças.

E lembra das vezes que eu fazia birra pra comer a comida? Você nunca empurrou pra que eu comesse, mas me advertia 'se não comer, vai ficar fraca', então acho que assim foi uma forma de aprender a ser mais forte talvez. Ainda hoje sou muito enjoada pra comer mas você só me olha e então o apetite vem...

E as noites que você passou acordada pra cuidar de mim? O meu nascimento já foi um milagre e a sua luta desde os primeiros meses pra eu poder estar aqui hoje é isso que admiro tanto em ti, mãe, sua luta, sua persistência, seu otimismo que faz uma abóbora virar carruagem como nos contos de fadas, obrigada, mãe, pela vida, pelo suor do seu rosto que derramou por mim, por nós.

Confesso que tive medo de ser abandonada quando minha irmã nasceu, mas você sempre fez questão de mostrar que amava as duas igualmente, que éramos uma família e sempre seriamos assim, igualmente amadas.

Obrigada por me fazer alguém cada dia melhor, por me ensinar o que é compaixão, por me mostrar que devemos perdoar nossos inimigos, que devemos amar muito e cuidar bem de quem amamos, correr atras do que julgamos justo, que devemos reconhecer nossas falhas, obrigada por me ensinar a rir da situação quando não há mais o que fazer, me ensinar que o bom humor vence tudo mesmo.

E mais uma vez obrigada, mãe, MUITO OBRIGADA por ser a MINHA mãe!

Eu te amo muito, te desejo o mundo de coisas boas, e que você esteja comigo o resto dos meus dias.

E eu só peço ao cara lá de cima que te ilumine cada dia mais, pois pra mim você brilha mais que a luz de qualquer sol, pra mim você é a melhor do mundo e você é o meu mais profundo e verdadeiro amor, mãe!

Te amo muito, parabéns! *-*


Pra você mãe, Maria!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Despedida!



Coisa estranha dizer adeus. Estranha e triste...


Hoje te vejo em clima de despedida, com o mesmo sorriso de quando chegou aqui, mas com uma tristeza evidente no olhar.

Sei, tu fazes tuas escolhas, sei também que tens um longo caminho pela frente, uma missão.

E tu sabes, que tens aqui alguém em quem confiar quando for necessário, deixas aqui uma amiga que você cativou muito bem desde a sua chegada. Sinto que um pedaço de mim está indo embora, alguém que incansavelmente me ouviu dia após dia, que me aconselhou tão bem sempre, eu porém meio cabeça oca que não consegui ouvir direito, que não soube ser forte.

Minha amiga, meu braço direito, hoje nos dá a notícia de que vais embora, pra quem fica é uma saudade e pra ti que partirá apenas desejos. Desejo que siga sempre feliz como sempre foi, como sempre é, posso dizer que nunca te ví triste, triste de desesperançosa, NUNCA. Na verdade era você quem me dava ânimo quando meu dia ameaçava ser assim 'vazio'.

Tu que sempre foi tão competente no que faz, no que ainda fará, cheia de planos, criatividade, cheia de idéias excelentes. Desejo que conquiste o mundo, tenha sempre o que sonha que tenha principalmente força e perseverança pra correr atras de cada um deles e humildade quando eles simplesmente cairem do céu pra você, que seja sempre guiada pela luz mais forte, pelos caminhos mais brilhantes e promissores que a vida oferece.

Que chore, chorar é qualidade de quem tem sentimentos, que ame de verdade, pois o amor é inevitável, que saiba reconhecer suas falhas e que seja compreensivel com aqueles que falham com você, que você sirva de exemplo ao menos uma vez e que com os outros possa também aprender, pois a vida é uma escola a vivencia são as lições.

Ana, te desejo por fim que você sinta que fez a escolha certa e que um dia possa estar escrevendo pra mim e contando quão fantastico é o mundo 'lá fora'.

Obrigada por ter sido tudo que eu precisei, por ter sido uma ótima amiga e companheira de trabalho, dias e dias ralando no escritório juntamente comigo e com a Rô, você vai deixar saudades, assim como as outras deixaram, mas a minha saudade é dobrada pois além de colega você sim sempre foi uma AMIGA! Obrigada por tudo, realmente você me ensinou a ser mais 'humana' em coisas que eu pequei. Obrigada finalmente, por existir e por ter me dado esse previlégio de poder estar ao seu lado.






E saiba que sempre estarei aqui!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Cansada...

O dia todo olhando para o teto
Fazendo amizade com as sombras na parede
A noite toda ouvindo vozes me dizendo
Que eu deveria dormir um pouco
Pois amanhã pode ser bom para alguma coisa

Espere aí
Sinto que estou prestes a ter a um ataque nervoso
E eu não sei por que

Mas eu não estou louca, só estou um pouco indisposta
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louca, só um pouco debilitada
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser... eu

Eu estou falando sozinha em publico
Driblando os olhares no trem
E eu sei, eu sei que todos estão falando de mim
Eu posso ouvir os sussurros
E me faz pensar que deve ter alguma coisa errada, comigo
E por causa de todas horas que eu fiquei pensando
De alguma forma perdi a cabeça

Mas eu não estou louca, só estou um pouco indisposta
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louca, só um pouco debilitada
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser...

Tenho falado durante meu sono
Logo, logo, eles virão me buscar
Sim, eles estão me levando para longe

Mas eu não estou louca, só estou um pouco indisposta
Eu sei que nesse momento você não pode perceber
Mas fique por aí e talvez você veja
Um outro lado meu
Eu não estou louca, só um pouco debilitada
Eu sei que agora você não dá a minima
Mas logo você vai pensar em mim
E como eu costumava ser...

Yeah, como eu costumava ser
Como eu costumava ser
Bem, só não estou muito bem
Como eu costumava ser
Como eu costumava ser
Só não estou muito bem


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lembranças!

Por vezes sei que te fiz chorar, magoei-a, fiquei em silêncio quando tudo que você queria eram apenas algumas palavras.
Sei que por vezes fui intolerante e orgulhosa, fui muito infantil também e não pensei antes de falar, te magoei com algumas escolhas, te orgulhei em dobro depois.
Eu sei também, mãe que foi você quem me deu essa oportunidade de estar aqui, deu-me também uma parte de bom caráter, educação e tudo mais que precisei. Ensinou-me os primeiros passos e me levanta até hoje quando eu caio.
Eu seu que suas poucas e fortes palavras são pro meu bem e pro meu crescimento pessoal, pai, aliás eu nunca comentei como gostaria de ser forte como você, como eu queria trabalhar o dia todo e ter pique pra resolver os pepinos da casa ainda.
Eu te admiro muito por ter aprendido a seguir sua vida sozinha sem depender dos outros, sei que o vô abandonou a gente muito cedo, mas a senhora tem me dado lições lindas de como é importante manter as lembranças de quem amamos, e pra quem ama de verdade o amor permanece intacto, vó, isso é a maior das verdades.
Eu sei que brigamos bastante, mas isso é normal entre irmãos, a gente se ama, e eu não consigo ficar longe de você por mais chata que você seja, eu te amo muito, minha irmã, meu ponto de apoio.
Sei que errei em não dizer todos os dias o quanto eu te amo, sei que agora nem adianta mais dizer, você é ciente de tudo que se passou.
Admito que me encantei quando ouvi dizer que era de mim que gostava, me atrapalhei e me confundí como sempre faço, perdoe-me se eu te machuquei de alguma forma.
Por vezes eu precisei e você esteve do meu lado,sei que vai estar sempre, obrigada por existir na minha vida.
Se eu soubesse que seria a última vez que eu iria lhe ver, eu teria ao menos lhe dado um sorriso menos tímido ou pegaria sua mão com mais atitude e diria que foi maravilhoso ter te conhecido, eu não estive perto na hora do seu adeus, mas eu pude sentir exatamente a mesma dor que você.
Eu fecho os olhos e todas as lembranças vem, cada uma com um pingo de dor e saudades, mas se eu ao menos tivesse tido uma prévia de todas as situações eu iria virar o mundo pra achar soluções.
Hoje me sinto cansada, sinto que aprendí muito com os tombos que a vida me deu, hoje a saudade me tomou de uma forma inexplicável, talvez porque ví seu poema amassado na minha agenda e ví algumas fotos da infancia, talvez porque fazem quase dois anos que você se foi, talvez porque o meu medo de perder se expoe demais quando meus sonhos perturbam.
Eu sei, amanhã eu soltarei sua mão e vou fazer meu caminho, eu não posso olhar pra trás, não vou poder me arrepender de nada.
As minhas lágrimas são devido às lembranças e ao fracasso. Não me sinto fracassada por muita coisa que fiz com principios meus, mas o fracasso sempre vem quando você de alguma forma se sente 'responsavel' por aquilo e não pode cumprir.
Eu posso te encontrar quando eu fecho meus olhos, mas eu estou tão cansada agora pra poder pensar em qualquer coisa. Na verdade eu não vejo a hora de ir embora, eu só quero meu aconchego de volta, porque as vezes eu me sinto tão pequena num mundo imenso, rodeada de pessoas e tão vazia, eu quero meu abrigo.
Eu quero o perdão e enfim eu só quero o meu leito e uma boa canção.


Imissyou

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Viva Hoje!

"Quando eu estiver bem eu quero correr nas ruas e gritar que estou vivo, mas agora minha vontade é só dormir, estou fatigado nesta cama"

As conversas se tornam cada vez mais 'filosóficas' e eu me sinto na necessidade de expressar o meu pensamento.

Bom, ontem durante a noite enquanto assistiamos às palestras, sentei-me ao lado de uma colega, Adriana. A Adri como é chamada pelos colegas é hiperativa e tem por volta de uns 40 anos e é também uma das pessoas que me fez refletir demais e admirá-la ainda mais.
O fato foi que enquanto a palestra se sucedia ela ia me perguntando coisas relacionadas ao assunto e anotando num pequeno caderno que iria mostrar pra pedagoga que faz o acompanhamento com ela. Ao fim quando a palestra acabou ela me entregou o caderno na mão e disse pra eu conferir. Pois bem comecei a ler e ela ficou me observando com cara de muita atenção. Chamou a atenção a parte que dizia algo do tipo 'minha colega me ajuda'. Quando entreguei de volta o caderno à ela e disse que estava tudo certo, ela me olhou e disse 'você é um anjo, Larissa, obrigada, Larissa'. A Adri assimila poucos nomes, ela só 'grava' os nomes de pessoas que considera importante.
Mas o fato aqui não é a importancia de você ser chamado pelo seu nome, mas sim o fato de você anotar sobre seu dia num pequeno caderno. Acredito que todos que fizessem isso como ela faz seriam bem mais felizes. Em seu caderno ela começa contando desde detalhes pequenos 'a Larissa sentou do meu lado ela me ajuda' a coisas relevantes como os assuntos da palestra que ela demonstrou ter entendido muito bem.
Certamente eu vou sentar-me ao lado dela nas palestras de hoje também.

As vezes nos apegamos a detalhes tão grandes que esquecemos de notar as pequenas coisas, essas natamos quando não mais temos. Você corre o dia todo, trabalha, estuda, se estressa, cansa, certamente só dá importancia a sua saúde por exemplo quando está estirado na cama com mil e um remédios na bancada lhe aguardando pra serem tomados.
Helloooo, a vida é uma só, é só hoje. Amanhã é incerto demais.
Quando eu fechar os olhos quero voar bem alto, quero ir até o céu e sentir o som das canções líricas, quero sentir a brisa leve me guiando, eu quero desligar-me de tudo, de todos.
Eu quero e preciso correr por entre o campo verde, ver a grama crescendo lentamente, observar o caminhar das pequenas formigas, eu quero o mar, quero deitar e olhar pro céu, quero aproveitar tudo, tirar fotografias e guardá-las, juntar as lembranças e guardá-las mais ainda.
Eu não tenho um caderno de anotações, mas eu tenho um blog, tenho um diário eletrônico e sempre quando quero me lembrar de detalhes pequenos eu posso encontrá-los.
Minhas pernas já não são mais as mesmas e posso dizer que meu rosto vem se modificando assim como as minhas idéias, me sinto fraca por vezes cansada, mas o sangue ainda corre aqui dentro, o coração ainda pulsa e os sonhos, ah os meus sonhos me fazem ir aonde eu quero, caminho por trilhas que nem mesmo sabia que existiam e no final eu sei que tudo compensa.
Eu sei que quando quero ficar calma e tranquila eu posso ir pra'quele parque, aliás ontem eu estava lá. Meus pensamentos voam me deixando leve e tranquila novamente, as vezes é mais fácil viver no mundo da lua, mais aceitável acreditar que as coisas nem tem fim. Mas a realiadade é esfregada em nosso rosto todo dia e não nos cabe fazer nada além de viver, viver cada minuto como se fosse o único, assim como dizem nos 'clichês': 'viva hoje, arrisque hoje, o amanhã é incerto'.
E viva, entre nisso de cabeça pra chegar no fim e dizer que viveu e não morrer em 'débito' com sua felicidade.






:*

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E se você partisse Amanhã ?

A pergunta é muito interessante, ontem após horas de conversa com uma amiga surgiu-nos essa pergunta: 'e se você tivesse a certeza de que iria morrer amanhã, o que faria hoje?', é meio dramático eu sei, antes de dormir eu pensei muito sobre isso e acredito que até formulei uma resposta aceitável.

. Se amanhã fosse meu último dia!

Bom dia diário, descobri a pouco que hoje é meu ultimo dia de vida, eu não sei como é a morte, não sei como reagir diante das pessoas que amo quando olha-lás firmemente nos olhos escondendo isso, infelizmente eu não sei de nada, confesso que estou nervosa, são 00:02 da madrugada e o tempo começou a girar contra mim. Estou exausta, mas sei que não posso me dar ao luxo de dormir a noite toda, são minhas últimas horas.
Acho que vou começar chorando um pouco, é bom desabafar, mas eu choro de alegria, claro um pouco é tristeza de ir embora tão cedo, mas estou feliz por essa minha passagem ter sido tão boa. Eu viví sensações profundas de bem estar, de felicidade eu me comovo facil demais e as minhas primeiras lágrimas molham o papel em que estou escrevendo agora, sei que fiz história pra alguns, ajudei outros a construirem suas próprias, pra outros entanto fui insignificante depois de tudo.
Bom, eu sempre tive vontade de correr sozinha durante a madrugada enquanto a cidade dorme, certamente farei isso agora, depois vou sentar lá naqula praça, naquele lugar, talvez eu cometa um vandalismo e escreva algo que pra mim fez sentido, vou caminhar até o dia amanhecer e então correr de volta pra casa pra abraçar meus pais antes que saiam correndo para os seus empregos e minha irmã antes de ir pra escola, eu não vou pro escritório hoje, vou passar lá somente pra dar um 'oi' e não vou contar pra ninguém que é o último.
Pretendo ver, ligar, mandar recado a todos os meus amigos pra lembra-los o quanto foram e são importantes pra mim, vou escrever uma carta pra alguns deles, pra bem poucos, os mais fiéis.
Durante o dia talvez eu faça coisas que há tempos não faço ou que tive vontade mas nunca fiz, vou andar de bicicleta, correr feito louca pelas ruas, cumprimentar estranhos, tomar um banho de chuva, arriscar passos de ballet que eu nunca aprendí direito, vou entregar-te um livro que escreví, dizer ao meu modo desajeitado o quanto eu amo alguém, ouvir música no ultimo volume e cantar como uma louca. Vou ligar pros meus amigos do passado e pra'queles que não tenho mais contato e dizer o quão boa era nossa convivência, vou juntar uma caixa com fotos, aliança, cartas, chaveiros e lembranças e olhá-los novamente um a um, lembrando de cada história, cada momento.
Ao fim da tarde eu vou à aquele parque, não pretendo ir sozinha, preciso buscar o passado já que sei que não tenho mais como ir atras do futuro, quero tornar as lembranças inesquecíveis, quero enfim dizer tanta coisa quando eu estiver lá acompanhada, por volta das 20 horas eu sei que vou precisar de um abraço, vou estar provavelmente muito sensivel, mas meu senso de humor prevalecerá até os ultimos segundos, vou dizer pra tantas pessoas o quanto elas são importantes e inesqueciveis, vou dizer pra você que muito obrigada por me dar a honra de conhecer-te, vou sentir falta de todos, mas vou entender tudo daqui pra frente.
Talvez eu deite na grama e respire fundo por alguns minutos só pra lembrar o quanto é boa a sensação de liberdade, por fim vou abraçar e beijar meus pais, meus cães a gatos e então certamente desejarei a todos uma boa noite e apagar a luz, vou então deitar-me em minha cama, terminar de escrever as cartas e suavemente fechar os olhos ainda com a caneta e a carta na mão. Ao fim da carta que vai conter os nomes de todas as pessoas que me fizeram melhor nessa vida, estará escrito 'neoqeav'. Um sorriso nos lábios e lágrimas no olhar irei somente agrdecer por tudo. E então o sono vem juntamente com a certeza, aquela certeza do começo, a certeza de que um dia todo mundo vai embora, mas permanecerei viva em todos os que um dia fizeram parte da minha história!
Sabendo que saudade é o amor que fica!




:*

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Adeus!

A boca seca, o coração aperta e o desespero se vê estampado no rosto,
arrumando a bagagem, sem saber se volta ou se vai de vez, medo, muito medo.
Os de sempre permanecem, quem já esqueceu ainda mais esquece.
E então a hora da partida, doce despedida daqueles olhos cheios de lágrimas e juntamente a promessa de um dia estar de volta por lá.
É inevitável que o tempo passe, que as pessoas mudem, mas os sentimentos verdadeiros por vezes são imutaveis, tudo que planta-se hoje, colhe-se amanhã ou então nem germina. O importante sempre é o que fica, porque no final só restam as lembranças mesmo.
Tô sempre com você (L)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre o amanhã.

Muitos dizem que ele é incerto, pois que seja incerto, que seja.
Eu sei que eu o desejo, desejo o incerto, o amanhã.
Eu não quero o ontem, o hoje também não foi legal,
quero o amanhã.

Fechar os olhos e acordar distante,
ver que seu salto foi um impulso,
acordar com as suas mãos afagando-me,
dizendo-me pra confiar no tempo,
no tempo do amanhã, que se refaz no ontem.

Eu quero o amanhã,
eu o quero sem demora,
a peciência e eu nos intrigamos,
eu quero e tem que ser agora!

Amanhã, vem logo!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Foi!

Soluços e suspiros,
ela fechou as janelas com cadeados inquebraveis,
logo após fechou as persianas, trancou-se.
Mas amanhã o sol irá bater naquela janela,
as cortinas irão se abrir, ela irá ver o erro que cometeu.
O dia se encobriu com um cinza tão estremecedor,
O sol se intimidou ou apenas se sentiu impotente pra brilhar naquele dia.
E parecia que o mundo parava pra assisti-la,
um reality show, uma vertigem, um assombro.
Ela gritou pra que lhe resgatassem de lá,
porém, trancou tão bem suas janelas que não houve meios de ajudá-la.
Trancou-se no seu mundo vazio, prisioneira dela mesma.
E o cinza agora tornava-se ainda mais ameaçador,
uma chuva pôs fim ao espetaculo, foram por dias assim.
Todos trancados em seus mundinhos, distantes.
Após dias e noites frias e chuvosas,
O sol resolveu retornar a sua posição de astro maior,
e naquele dia decretou fim!
Juntamente com nuvens brancas e silenciosas o sol mostrou seus primeiros raios,
ele secou as poças de água das ruas, secou as poças de lágrimas do chão,
recompos o que havia s partido, estampou sorrisos e por fim trouxe a solução.
Não havia-se uma luz no fim do tunel e sim um sol após a chuva fria.
O cadeado cerrou, a cortina abriu, e aquela garotinha, aquela mesm frágil, não mais existiu!


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sorte e Azar...

Tudo está
Fora de seu lugar
Já notei
O mundo não foi
Feito pra mim



Vivo só
Pra me arrepender
De eu não ser
Do tipo que diz



Sem querer
O que está fora
De seu lugar
Que você venha pra modificar



Sorte e azar
Vão me disputar



E eu não fui
Capaz de me mover
Daqui até ali





terça-feira, 10 de agosto de 2010

Só por Hoje!

Palavras, apenas palavras.

Eu nem sei por onde começar, eu nem ao menos sei como vim parar aqui, logo eu que era tão cheia da minha razão, com tanta convicção, com meus propósitos e poréns, eu com todas as minhas certezas enfim.

Eu tropecei nas minhas próprias pernas, mordí minha própria língua e pago com mil pensamentos insanos dessa minha mente. Mente traiçoeira de lembranças, mente que não caminha por si própria, empacou e não acha mais rumo.

Todos os dias buscando remédio pra cura que não existe, se limitando em dizer que tudo ficará bem e se enganado cegamente, errei eu sei.

Traiçoeira de si própria, um pedaço de algo insignificante, um nada que optou por ser isso por não poder ser 'aquilo', aquilo que os olhos vendados viam. Poderia ser bem mais, mas eu estou deixando as minhas vontades pra trás, eu não quis viver de sonhos, eu não quis mais sonhar, e hoje em especial eu só quero que o dia termine.

São as rasteiras que a vida dá, ontem estava tudo tão bem, tão certo e então você simplesmente surge e desmorona o castelo que eu demorei horas construindo, e então você somente se apodera de tudo que eu julgava tão meu, e eu só vou embora levando um pouquinho de areia que restou e me contento com o pouco que sobrou de mim mesma.

Hoje em especial, somente por hoje eu quero que o dia termine.


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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Palavras ao Vento...

  • .A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra amor que se acha importantíssima por isso
    Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútilvontade de pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz "abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo empríncipe e vice-versa...
  • .



.Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.

  • .Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar 'parabéns pravocê' e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com assinatura embaixo".

  • .Com D, se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o "então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa",uma palavra que pretende ser beijo.


  • .E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo de "escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo...



  • .F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "", que é toda certeza que dispensa provas.



  • .A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando aconfundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne,osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.

.


  • .Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.


  • O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.




  • .J de "janela"!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim", que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.

  • .L de "", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.





  • M de "madrugada", quando vivem os sonhos...



  • N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro.



  • .O de "óbvio", não precisa explicar...


  • .P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou. Que, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.




  • E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.




  • S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":quando o beijo é maior que a boca.



  • T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.
  • U de "ui", um 'ai' que ainda é arrepio; de "último",que anuncia o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.


.Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.



  • .E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e de "", única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.






  • .Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeçada gente ao final de um dicionário inteiro.


Pedro Bial.