sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Hoje!

Hoje eu parei de escrever meu livro, aquele de que tanto falava,
laguei minhas espadas no chão,
hoje até o sol preferiu se esconder do que brilhar tímido,
Hoje as pessoas aqui viraram máquinas,
ninguém falou, ninguém ao menos questionou, somente agindo por impulso, rotina talvez.
Hoje o som que eu ouço é diferente,
as lentes embaçadas dos meus óculos distorcem as pessoas, ou as torna o que eu não enxergava antes.
Hoje eu acordei querendo dormir mais ainda, querendo fugir dessa sexta-feira, querendo sonhar que ainda é ontem.
Hoje me deram certeza do tempo que não tenho,
Hoje eu vou caminhar bem devagar e admirar cada folha caída no chão,
Hoje vou ter cautela, cuidar com as pessoas, detalhes e palavras.
Hoje eu vou ser detalhista e arquivar no meu íntimo os sentimentos mais inesperados que me invadiram.
Hoje por fim eu vou fechar os olhos sem me preocupar com o horário amanhã, sem esperar nada além de acordar.
Hoje eu não vou pensar em mais nada, dizem que quem pensa demais envelhece precocemente.
Hoje eu vou sair de fininho e quem sabe me mandar.

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